Dados do Boletim Epidemiológico de Sífilis do Ministério da Saúde, em 2018, apontam aumento no número de casos de sífilis no Brasil. A taxa de detecção da doença passou de 44,1 a cada 100 mil habitantes em 2016, para 58,1 casos a cada 100 mil habitantes em 2017. Conforme a Obstetra e Coordenadora da Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, Dra. Giovana Donato, os índices de sífilis podem ser considerados alarmantes no país. "Muitas DSTs estão com aumento das taxas em todo o mundo e no Brasil, e a sífilis é uma delas", pontua. A infecção por sífilis, uma doença sexualmente transmissível (DST), pode colocar em risco não apenas a saúde do adulto, como também pode ser transmitida para o bebê durante a gestação. Neste caso, "a sífilis congênita ocorre no feto, quando a mãe está infectada, através da passagem das bactérias pela placenta, denominada transmissão vertical", esclarece a obstetra. Para aumentar a detecção no acompanhamento pré-natal de rotina, a sífilis é rastreada no primeiro e terceiro trimestres. Além disso, o exame para sífilis é feito nos casos de abortamento nos hospitais e, na gestante, quando chega à maternidade para o parto.
Em Passo Fundo
No HSVP, exames e cuidados durante o pré-natal e na hora do parto, são realizados para detectar a doença e prescrever o tratamento. Ainda assim, os números de casos de sífilis registrados no hospital, chamam a atenção. Em 2018, foram registradas 116 notificações de sífilis não especificada, e 82 notificações de sífilis gestante. Neste ano, até o dia 10 de outubro, já são 43 notificações de sífilis não especificada e 56 notificações de sífilis gestante. No Brasil, a população mais afetada pela sífilis são as mulheres, principalmente as negras e jovens, na faixa etária de 20 a 29 anos. Em 2018, foram 129 notificações de sífilis congênita registradas no HSVP. Somente neste ano, já são 97 notificações. De acordo com a enfermeira do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NVEH) no HSVP, Claudia Deon, “a sífilis gestante possui um número de notificações menor do que as congênitas, pois algumas gestantes já são notificadas no pré-natal”.
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