A utilização de robôs cirúrgicos no Brasil teve início em 2008. Desde então mais de 17 mil cirurgias foram realizadas no país com a utilização desta tecnologia. O Hospital de Clínicas de Passo Fundo promoveu na segunda-feira (21) um evento de atualização profissional sobre a utilização da cirurgia robótica com a participação dos cirurgiões Dr. Leandro Totti Cavazzola, de Porto Alegre e Dr. Marcelo Pimentel, membro do corpo clínico do HCPF. A atividade foi coordenada pelo diretor técnico do HCPF e cirurgião digestivo, Dr. Juarez Dal Vesco. O evento realizado no Hospital de Clínicas teve como tema inicial a palestra “Cirurgia Robótica: Realidade ou um sonho distante?”, ministrada pelo cirurgião Dr. Leandro Totti Cavazzola e encerrou com o tema “Uso de Simuladores Virtuais em Cirurgia Robótica”, ministrado pelo cirurgião do HCPF, Dr. Marcelo Pimentel. A sessão executiva teve o apoio da Strattner Equipamentos Hospitalares e a programação seguiu até a sexta-feira, 25 de outubro, com a demonstração prática do uso de simulador aos profissionais do corpo clínico do HC.
Minimamente invasiva
O Dr. Leandro Totti Cavazzola é o coordenador do programa de Cirurgia Robótica no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, pioneiro no Rio Grande do Sul na utilização desta tecnologia. “A principal característica da cirurgia robótica é ser minimamente invasiva, então, ela é como se fosse uma cirurgia laparoscópica, que é a cirurgia onde se usam orifícios pequenos para trabalhar dentro do abdômen, feita com um instrumental muito mais preciso e moderno, que permite que o cirurgião tenha, por exemplo, refinamento nos movimentos, filtragem de temor, permite que a gente tenha uma visão muito melhor da área onde se está operando e isso implica em menos trauma para o paciente e consequentemente em uma recuperação pós-operatória mais rápida”, explicou. O cirurgião destacou a exponencial elevação do nível tecnológico, de segurança e de precisão através da cirurgia robótica. “Ela pode ser usada em qualquer tipo de cirurgia onde se usa laparoscopia e tem se demonstrado mais eficaz na urologia, na cirurgia torácica, na cirurgia ginecológica, especialmente nas cirurgias de câncer de intestino, dissecções linfonoidais ganglionares, áreas especialmente centradas na questão da precisão”.
Fatores positivos
O cirurgião Marcelo Pimentel apresentou os aspectos positivos e a serem melhorados para a utilização da cirurgia robótica, além das etapas de atualização necessárias ao profissional habilitado para os procedimentos através desta tecnologia. “A cirurgia robótica não é o futuro, ela é o presente. E, portanto, a gente tem que estar o mais preparado possível para ela.” finalizou Dr. Marcelo Pimentel. O Dr. Leandro Totti Cavazzola avaliou a expansão da cirurgia robótica no Estado. “Aqui no Rio Grande do Sul a cirurgia robótica chegou em 2013, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, atualmente existem dois sistemas no Estado. Para se ter uma ideia no Brasil, em 2013, o nosso foi o décimo sistema, hoje são mais de setenta e a previsão é de que até o final do ano que vem sejam mais de cem sistemas. Esse desenvolvimento é inexorável, não tem mais volta, foi o mesmo padrão que aconteceu nos Estados Unidos e está se repetindo no Brasil. A questão primordial aqui é o custo, mas provavelmente se demonstrando os benefícios para o paciente e para o cirurgião, esta questão será suplantada”, ressaltou.