A prevalência dos nódulos de tireoide é maior com o passar dos anos, chegando até a 80% em algumas populações. De acordo com a endocrinologista Dra. Eline Dias Pereira, eles são mais comuns em pessoas idosas, em mulheres, em indivíduos que residem em áreas de deficiência de iodo e naqueles com história de exposição à radiação. Mesmo que na maioria dos casos eles não signifiquem câncer é importante procurar o endocrinologista, pois nódulos (tanto benignos como malignos) não costumam apresentar sintomas no início do quadro. Além disso, Eline ressalta que é necessário conhecimento específico na área para decidir quais os nódulos que devem ser acompanhados com exames de imagem e quais devem ser analisados por biópsia. “A partir das características dos nódulos (tamanho, margens, presença ou não de microcalcificações, etc), o especialista vai classificar o risco deste nódulo ser um câncer, e, baseado nisso, vai avaliar se há necessidade de prosseguir a investigação ou não”, esclarece a médica especialista.
PAAF
No caso de nódulos suspeitos, o próximo exame a fazer é a PAAF (Punção Aspirativa por Agulha Fina), um procedimento ambulatorial simples, que o paciente faz em clínicas de radiologia especializadas. A endocrinologista comenta que, neste exame, o médico aborda o nódulo coletando um pouco do material com o auxílio de uma seringa e envia para instituto de patologia analisar o tipo de células que compõe esse nódulo. “Se as células são malignas é indicada a cirurgia para remover o nódulo ou toda a glândula, se forem benignas pode ser indicado, de acordo com as características dos nódulos, exames regulares”, destaca. No caso dos nódulos benignos a cirurgia é indicada apenas para os nódulos muito grandes (maiores de 4cm) ou nas quais o paciente apresente sintomas como alterações de voz e dificuldade para engolir ou respirar.
E se for câncer?
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima uma incidência de 1.570 novos tumores da tireoide em homens e 8.040 em mulheres para cada ano do biênio 2018-2019, com um risco estimado de 1,49 e 7,57 casos por 100.000 homens e mulheres, respectivamente. O câncer de tireoide é o quinto tumor mais comum em mulheres. Dra. Eline explica que o tratamento indicado é a tireoidectomia, isso é, a retirada cirúrgica da tireoide. Em alguns casos, a cirurgia é complementada com iodo-terapia, e em casos reincidentes, alguns medicamentos podem ser necessários. A boa notícia é que, em casos de detecção precoce, o tratamento tende a ser bem-sucedido. “O índice de cura é muito alto, e a cirurgia costuma ser curativa. Por isso a importância da detecção precoce do tumor e da sua retirada por meio de cirurgia”, ressalta.