O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) encaminhou um ofício, à Secretaria Municipal de Saúde, informando que a partir de janeiro deste ano passará a atender apenas o mínimo legal de 60% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O documento foi recebido pelo Município na segunda-feira (13), conforme a titular da pasta da Saúde, Carla Gonçalves.
De acordo com ela, a instituição acabava atendendo além do percentual mínimo. A pasta não tem como mensurar quais podem ser as consequências dessa redução, mas Carla acredita que além de Passo Fundo, toda a região que é atendida pelo HSVP poderá ser atingida. A secretária pontua que não há informações dos serviços que seriam impactados com a medida. Isso porque, a legislação exige o percentual mínimo de atendimentos pelo SUS, mas não determina as especificidades (se são consultas, internações ou outras demandas).
Conforme Carla, a medida de atender o mínimo legal é em decorrência de uma orientação repassada pelo então ministro da Saúde, Ricardo Barros, há alguns anos, quando visitou o hospital. A ocasião referida foi a inauguração de um acelerador linear, ocorrida em fevereiro de 2018. Na data, Barros aconselhou a direção do hospital a reduzir os atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a fim de manter as contas da instituição no azul.
O coordenador do Conselho Municipal de Saúde, Neri Gomes, demonstrou preocupação com o teor do ofício. Segundo ele, parte da população passo-fundense pode ficar desassistida com a medida.
Contraponto
A reportagem entrou em contato com o HSVP, mas a instituição disse que, por enquanto, não iria se manifestar.
Atendimento
Segundo informações do Anuário Gigante do Norte, em 2018, a instituição registrou 21,4 mil internações pelo SUS e 11,7 mil particulares. Em relação aos atendimentos na emergência, pelo SUS foram 57,2 mil e por não SUS foram 3,1 mil.