Organização Mundial de Saúde declara pandemia de coronavírus

Mudança de classificação obriga países a tomarem atitudes preventivas

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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, declarou ontem(11) que a organização elevou o estado da contaminação pelo novo coronavírus como pandemia. O anúncio surge quando há mais de 120 países com casos declarados de infeção.
A mudança de classificação não se deve à gravidade da doença, e sim à disseminação geográfica rápida que o Covid-19 tem apresentado. "A OMS tem tratado da disseminação [do Covid-19] em uma escala de tempo muito curta, e estamos muito preocupados com os níveis alarmantes de contaminação e, também, de falta de ação [dos governos]", afirmou Adhanom no painel que trata das atualizações diárias sobre a doença. "Por essa razão, consideramos que o Covid-19 pode ser caracterizado como uma pandemia", explicou durante a conferência de imprensa em Genebra.
Adhanom disse que mudança ocorre depois que, nas últimas duas semanas, o número de casos fora da China se multiplicou por 13.
Para evitar criar o pânico, ele acrescentou, "não podemos dizer isto de forma mais clara ou contundente. Todos os países podem mudar o curso desta pandemia".
"Estamos nisto juntos e precisamos de fazer com calma aquilo que é necessário", frisou o responsável da OMS.
O diretor-geral para situações de emergência, Mike Ryan, sublinhou por sua vez que a utilização da palavra "pandemia" é meramente descritiva da situação e "não altera em nada aquilo que estamos fazendo".

No Brasil são 37 casos
Na Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a declaração de pandemia não muda as medidas no Brasil. O país continua com o monitoramento das áreas atingidas e com as iniciativas e protocolos já anunciados. Hoje, o titular da pasta vai participar de comissão geral na casa, onde irá apresentar a deputados informações sobre as ações do governo acerca do problema.
O número de casos confirmados do novo coronavírus no Brasil subiu para 37. O novo número foi divulgado pelo Ministério da Saúde ontem (11). O balanço registra três novos casos em relação ao divulgado ontem (10), quando foram contabilizados 34 casos.
Entre os novos casos confirmados foram identificados um novo no Rio Grande do Sul e dois novos no Rio de Janeiro. No total, São Paulo concentra a maioria das pessoas infectadas (19), seguido de Rio de Janeiro (10), Bahia e Rio Grande do Sul (2) e Alagoas, Espírito Santo Minas Gerais e Brasília (1).
Os casos suspeitos ficaram em 876, um pouco abaixo do total registrados ontem (893). Já os casos descartados somaram 880. A taxa de letalidade (a proporção de mortes em decorrência do vírus pelo número de casos) está em 3,4%.

Rio Grande do Sul tem dois casos confirmados
A Prefeitura de Porto Alegre confirmou ontem, 11, em coletiva à imprensa, o primeiro caso importado do novo coronavírus em Porto Alegre. A paciente é uma mulher de 54 anos, residente e notificada na Capital. Ela chegou da Itália (região de Bergamo) no dia 6 e foi atendida por profissional de saúde, que notificou a Diretoria-Geral de Vigilância em Saúde do município. O prefeito destacou que este caso é emblemático para a cidade. “O primeiro caso registrado na Capital seguiu todos os procedimentos corretos. A paciente procurou seu médico, que notificou a vigilância sanitária, que por sua vez fez a coleta domiciliar da amostra, sem permitir que ela ficasse circulando de um sistema a outro”, explica Marchezan.
Na terça-feira, o governo do RS já havia confirmado o primeiro caso no Estado. trata-se de um homem, de 60 anos, do município de Campo Bom. Ele esteve em Milão, na Itália.

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