Era para ser só mais um dia normal de plantão, quando a Enfermeira da CTI Pediátrica do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), de Passo Fundo, Camila Feijó Luft, sentiu os primeiros sintomas da Covid-19, no dia 29 de março. Após 14 dias em isolamento domiciliar, ela e a amiga, que moram juntas, Fabiane Voss Klemtz, que também é Enfermeira do HSVP, voltaram, no dia 13 de abril, para a rotina de trabalho hospitalar.
Camila conta que naquela manhã, o primeiro sintoma que apresentou foi diarreia, posteriormente, dores no corpo e muita dor de cabeça. Quando saiu mais cedo para o intervalo, a enfermeira relata que já tinha febre de 37,8º C. “Conversei com a gestora que estava de plantão na Gerência de Enfermagem, e ela me orientou a descer no ambulatório específico que o hospital tem para atender esses casos. Consultei e a médica disse que eu preenchia todos os requisitos para ser afastada”. Após comunicar que morava com Fabiane e coletar o teste, as profissionais foram afastadas e ficaram em isolamento domiciliar.
Adoença
Camila descreve que a COVID-19 não é uma doença de melhora progressiva, é uma doença de dias. “Tem dias em que você se sente muito bem e tem dias em que você não consegue levantar da cama. Alguns dias, inclusive, precisei tomar banho sentada, porque me sentia muito cansada”, conta. Por duas vezes, a profissional teve que procurar atendimento médico no São Vicente, pois sentiu um agravo dos sintomas. “Quando ficamos doentes, tínhamos a assistência, o serviço e saúde tinha condição de nos atender, não estamos com o serviço de saúde superlotado, ainda, então, acho importante manter o isolamento, manter os cuidados, manter a higienização das mãos, sair de casa o mínimo possível”, orienta.
Longe da família, os colegas de serviço e gestores tiveram muita importância no enfrentamento da doença. “Só tenho a agradecer ao hospital, aos gestores, aos colegas de trabalho por todo o acolhimento que tivemos, já que não temos familiares aqui em Passo Fundo, os gestores se disponibilizaram 24 horas por dia para qualquer coisa, ir no mercado, na farmácia, vir no hospital para consultar. Acho que isso é essencial, nós termos sido tão bem acolhidas pelo hospital São Vicente de Paulo. Então, se cuidem e fiquem bem”, destaca Fabiane.
Camila e Fabiane salientam, ainda, a importância das pessoas se cuidarem. “Se protejam e pensem também em quem está aqui, batalhando pela saúde de vocês. Fiquem em casa, fiquem bem, se cuidem. Estamos fazendo o melhor possível, retornando ao trabalho para continuar trabalhando no que fazemos de melhor. Sei que existem mil motivos que fazem a gente sair de casa, mas hoje existe a oportunidade de salvar muitas vidas ficando no conforto de casa. Então, se possível, o faça”, pontua Camila.