É obrigatória, desde 2014, a realização do Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebê, mais conhecido como teste da linguinha. De acordo com as fonoaudiólogas do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, Laura Giacometti e Maria Cristina Lucateli, o teste tem como objetivo a identificação precoce da anquiloglossia, popularmente conhecida como língua presa, e seu potencial de interferência nas funções orofaciais do recém-nascido. “Isso contribui para um diagnóstico correto e indicação de condutas assertivas evitando o desmame precoce ou baixo ganho de peso, que podem comprometer o desenvolvimento dos bebês”, pontuam.
Consequências da língua presa
Conforme as fonoaudiólogas, a língua é constituída por um conjunto de músculos e pelo frênulo lingual, uma túnica mucosa que conecta o assoalho da boca a região ventral da língua, permitindo a movimentação desta em várias direções, o que favorece a execução das funções de sugar, engolir, respirar, mastigar e falar. “A não realização precoce do diagnóstico das alterações do frênulo lingual, pode comprometer essas funções”. A realização do teste da linguinha, com precauções necessárias, contribui de maneira positiva para o desenvolvimento adequado do recém-nascido evitando desmame precoce e prejuízos nas funções orofaciais essenciais para alimentação e comunicação ao longo da vida. Além da nutrição do bebê, a amamentação influencia diretamente no desenvolvimento das estruturas orofaciais. A alteração no frênulo lingual quando não identificada ou diagnosticada de maneira incorreta pode causar interferência nos movimentos da língua prejudicando as funções de sucção, deglutição, mastigação respiração e fala.
O teste da linguinha
A avaliação do frênulo lingual é realizada de maneira não invasiva, não tem contraindicações e possibilita o diagnóstico e intervenção precoce por equipe multidisciplinar nos casos de anquiloglossia. O teste da linguinha é realizado ainda na maternidade e CTI neonatal nos primeiros dias de vida. Constatada a presença de anquiloglossia e se houver necessidade de intervenção cirúrgica, o tratamento a ser realizado consiste em uma pequena cirurgia, dependendo de cada caso, como frenotomia ou frenectomia. Em 2019, 22,27% dos recém-nascidos no HSVP apresentaram algum tipo de alteração no frênulo lingual, compreendendo escores considerados duvidosos e alterados.
(Matéria completa na edição impressa do Caderno Medicina & Saúde)