A simultânea atuação clínica e cirúrgica foi fundamental na escolha da Dra. Gabrielle Senter pela oftalmologia. “Uma cirurgia delicada, limpa e bonita. Me apaixonei pela especialidade e segui”. Natural de Anta Gorda, ela é graduada em Medicina pela UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A especialização em Oftalmologia veio em seguida, também em Porto Alegre, no Hospital de Clínicas. Porém, como a oftalmologia também requer aprimoramentos em áreas específicas, Gabrielle especializou-se em uveítes pela Escola Paulista de Medicina – UNIFESP. Também tem especialização em retina clínica e cirúrgica, “o que possibilita tratar meus pacientes de uveíte com sequelas retinianas”. Após dois anos em São Paulo, os laços familiares a conduziram para Passo Fundo. Atualmente, atua no Hospital da Visão, onde é a responsável pelo setor de uveítes. A médica fala com entusiasmo sobre a sua especialidade, especialmente pelos excelentes resultados que são obtidos com os tratamentos clínicos e cirúrgicos.
As uveítes
As uveítes são um conjunto de doenças que se caracterizam por inflamação intraocular envolvendo, principalmente, as estruturas do olho que fazem parte do chamado trato uveal - íris, coroide e corpo ciliar, mas também podem atingir partes adjacentes, como a retina e o nervo óptico.
Sintomas e diagnóstico
Existem diversos tipos de uveítes e isso faz com que os sintomas sejam variados. As uveítes anteriores, que inflamam principalmente as partes da frente do olho, caracterizam-se por olho vermelho, sensação de desconforto ou dor ocular importante na exposição à luz, e leve embaçamento visual. Já nas uveítes intermediárias ou posteriores (que podem atingir a retina e o nervo óptico) os sintomas visuais são mais importantes que a vermelhidão ocular e o paciente apresentará visão embaçada e percepção de manchas na visão, às quais chamamos de moscas volantes. O diagnóstico exige o exame completo com oftalmologista, para investigação da causa da uveíte, muitas vezes necessitando de exames complementares de imagem e laboratoriais.
As causas da uveíte
As uveítes podem ser causadas por agentes infecciosos - microrganismos que invadem os tecidos oculares causando inflamação. O exemplo mais conhecido é a toxoplasmose ocular, muito comum na região norte do nosso estado. A toxoplasmose ocular se deve à inflamação ocular secundária a lesões de retina e coroide causadas por um protozoário - o Toxoplasma gondii. Ainda são causas de uveítes infecciosas o vírus herpes, e doenças bacterianas como sífilis e tuberculose. As uveítes também podem ter causas não infecciosas. Algumas doenças reumatológicas ou autoimunes apresentam incidência importante de acometimento ocular. Como, por exemplo, a artrite reumatoide, o lupus eritematoso sistêmico, a psoríase, a espondilite anquilosante.
As consequências
Uveítes crônicas, recorrentes ou de difícil controle podem levar a diversas consequências inclusive com comprometimento grave da visão. Entre as alterações mais comuns estão a catarata, o glaucoma, lesões na retina e nervo ótico, inchaço e até mesmo descolamento de retina, complicações potencialmente graves que devem ser prontamente identificadas e tratadas de acordo com a causa a fim de evitar perda visual definitiva.
Tratamento e cura
A cura está ligada a causa da doença. No caso das uveítes infecciosas, quando o diagnóstico é precoce, o tratamento da infeção pode levar à cura da doença. Este tratamento pode envolver o uso de medicamentos por via oral (antibióticos e anti-inflamatórios) ou aplicados diretamente no olho em forma de colírios ou injeções intraoculares. Já no caso das uveítes não infecciosas, a terapia é voltada para o controle da doença com anti-inflamatórios sistêmicos ou oculares. Em alguns casos graves, crônicos ou recorrentes, pode ser necessária a utilização de imunossupressores para manter o paciente o maior tempo possível sem crises de inflamação ocular.
A toxoplasmose na região Norte do RS
O Rio Grande do Sul, e mais precisamente a região norte do Estado, apresenta uma incidência alta de casos de uveíte por toxoplasmose em comparação com o restante do Brasil e inclusive do mundo. O clima da região e a alta ingestão de carne mal cozida já foram apontados como responsáveis pela maior quantidade de casos na nossa região. Dessa forma, a toxoplasmose é uma das principais causas de uveíte no Brasil e principalmente no nosso Estado. Quanto às demais causas de uveíte, sua incidência na nossa região se assemelha ao restante do país e são consideradas doenças de incidência baixa à moderada.
É possível prevenir
As uveítes infecciosas podem ser prevenidas evitando o contato com o agente causador da doença. No caso específico da toxoplasmose, devemos evitar o contato com fezes de gatos, higienizar bem frutas e verduras antes do consumo, evitar ingestão de carne crua ou mal cozida e o consumo de água de procedência duvidosa. Já para as uveítes de causa não infecciosa, não existe prevenção do aparecimento, dessa forma é muito importante que se faça o diagnóstico precoce a fim de prevenir que surjam consequências visuais graves e potencialmente irreversíveis.
Atendimento oftalmológico
Se o paciente perceber baixa de visão, sensibilidade à luz, manchas no campo visual, dor ocular ou olho vermelho deve procurar atendimento oftalmológico imediato. Além do atendimento do paciente com sintomas, nas consultas de rotina oftalmológica podem ser identificados sinais oculares característicos de inflamações prévias ou atuais ainda pouco sintomáticas. Dessa forma todo paciente que apresenta doença infecciosa, reumatológica ou autoimune com possibilidade de afetar os olhos deve procurar atendimento oftalmológico.
SERVIÇO:
Dra. Gabrielle Senter
Oftalmologista especializada em uveítes
Hospital da Visão
Avenida Sete de Setembro, 737
Telefone – (54) 2103-0303
Passo Fundo – RS