Seguir a estrada de tijolos amarelos, para a personagem Dorothy Gale na peça de ficção O Mágico de Oz, representa a condução a um único destino: a volta para casa. Fazer o caminho inverso em um corredor hospitalar também possui o mesmo significado, e o primeiro passo foi dado na manhã de quinta-feira (8) quando médicos e administradores do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) e do Instituto do Câncer Infantil anunciaram a ampliação do Centro de Tratamento Oncopediátrico na unidade de saúde.
A habilitação de 15 novos leitos para a internação de crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer deve expandir os postos de isolamento e enfermaria para assegurar mais conforto aos pequenos pacientes e aos familiares durante os procedimentos oncológicos, conforme mencionou o superintendente do Instituto do Câncer, Algemir Brunetto. Antes, porém, eles deram início a uma força-tarefa para captar recursos financeiros que viabilizem a concretização do projeto por meio de incentivos privados de pessoas físicas e jurídicas de Passo Fundo e dos 216 municípios da região, cuja instituição hospitalar de referência é o HSVP.
A nova área, de 460 metros quadrados, adota a ludicidade, em espaços pensados para a recreação das crianças e adolescentes durante a internação, e a tecnologia para tratar casos de alta complexidade porque, como lembrou o médico coordenador do Centro Oncológico, Paulo Santiago, a doença é bastante complexa. “O tratamento do câncer infantil, que é a principal causa de morte entre os pacientes na infância, sem considerar os fatores externos, demonstra que as equipes precisam estar bem aparelhadas. Eles ainda são seres humanos em desenvolvimento e precisamos da ajuda para que, com o apoio das equipes especializadas, elas possam atravessar essa fase difícil”, ponderou.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), com os significativos progressos no rastreio e tratamento precoce nos centros oncológicos infantojuvenis, quase 80% das crianças e adolescentes com diagnóstico de câncer, como leucemia, neoplasias gonadais e linfomas, podem ser curadas. “Os índices de cura são muito altos, mas precisamos melhorar mais”, ressaltou o Santiago.
Como doar
A partir do dia 13 de outubro, as doações começarão a ser habilitadas para atingir a meta de arrecadação estipulada em R$ 1 milhão de reais. O dinheiro, como explicou o superintendente Executivo do HSVP, Ilário De David, será destinado à reforma estrutural do prédio e aquisição de equipamentos médicos para o diagnóstico e tratamento do câncer na primeira infância e juventude. “Estamos sentindo que há a necessidade de criar uma área específica para eles”, enfatizou De David ao afirmar que, anualmente, o HSVP é destino de pacientes provenientes de 400 municípios do Sul do país.
Através de ligações, peças visuais e sistema QR Code, as doações podem ser realizadas ao longo dos meses até a entrega final da obra, prevista para o próximo ano. Segundo o superintendente do Instituto do Câncer Infantil, ainda se discute uma possível expansão da campanha junto ao Poder Público, cuja função primordial, como afirmou, é “a regulação dos pacientes para que se diminua o tempo na fila de espera para o início do tratamento contra o câncer”. As contribuições podem, ainda, serem feitas através de um contato pelo telefone (51) 99230-9593.