Um médico também pode ser um empreendedor na sua área e se destacar para além da sua especialidade. Quem afirma é a administradora Márcia Margarida de Zorzi Tartaro, especialista em Psicologia Positiva, Gestão de Pessoas e Mestre em Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching.
Atuando há 10 anos em diferentes segmentos da área como autoconhecimento e desenvolvimento, gestão, recrutamento e seleção de equipe, treinamento e desenvolvimento de funcionários, Márcia diz que são muitos os desafios de gerir uma clínica ou consultório. “Por isso, o mais importante é dispor de profissionais competentes, seguros de suas habilidades e, principalmente, motivados a promover saúde humanizada e gestão qualificada”, acrescenta. A gestão é a forma de garantir que os processos estejam claros e interpretáveis e seus colaboradores ocupando os cargos certos, realizando todas as tarefas, motivados, e, atendendo bem aos pacientes. “Saber como se comunicar e motivar a equipe são pilares da jornada do médico empreendedor”, comenta.
Observa ainda que é importante os profissionais da saúde estarem conectados com tendências do mercado, como a telemedicina que, no contexto atual da pandemia, chegou com muita força de uma hora para outra, forçando o uso da tecnologia. A prática foi impulsionada, porque o trabalho remoto foi alternativa e deve se tornar uma rotina nas relações de trabalho.
“A telemedicina pode impactar as questões de produtividade, pois evita a perda de tempo em deslocamentos para discussões simples, e também pode ajudar na adesão ao tratamento, com contatos periódicos e de checagem entre profissionais e seus pacientes”, diz. Márcia afirma que a telemedicina tem que ser encarada como uma alternativa real tanto de atendimento da população, especialmente num país de dimensões continentais e com tantas diferenças sociais,
Mudando práticas
Uma sugestão da consultora para iniciar a mudança de práticas de gestão é aplicar a metodologia Lean em clínicas e consultórios para ajudar, de forma rápida e simples, a otimizar o tempo e o esforço, aumentar a segurança e a qualidade do cuidado. Estas práticas, segundo Márcia, irão ajudar na reorganização do pronto-atendimento, no fortalecimento do “trabalho padronizado”, no equilíbrio do “nivelamento do trabalho”, em ações para evitar desperdícios e focar no que é prioritário, e em práticas para melhorar a comunicação das equipes.
As dificuldades que podem existir são inerentes ao processo de mudança, mas é num momento como esse, conforme a especialista, que a gestão desempenhada até este momento é posta à prova. “Tudo isso exige uma velocidade na tomada de decisão, visão sistêmica, criatividade e muita resiliência. Estamos sendo desafiados a tomar decisões rápidas com informações ambíguas, mas se avaliarmos sob uma perspectiva mais otimista a área de gestão de pessoas há anos vem sendo desafiada a compreender melhor a complexidade do cenário VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo) que vivemos” afirma.
De outra forma, recomenda que, mais do que atender com excelência, é preciso ter a garantia de que os procedimentos realizados sejam pertinentes, que a experiência dos pacientes seja a melhor possível, que o desfecho do tratamento atenda às expectativas esperadas e evidenciadas pela literatura, e que tudo isso seja feito com o uso consciente dos recursos.
Diante deste cenário, conseguir manter uma equipe engajada e motivada, disposta a vestir a camisa da empresa e enfrentar a crise de peito aberto, é uma tarefa difícil e até justificável, na opinião de Márcia. “Pensando na melhor maneira de seguir em frente, e manter a motivação dos funcionários é preciso ser otimista, acreditar que dias melhores, certamente, virão”.
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