Dados da Organização Mundial da Saúde estimam que mais de 30% dos brasileiros possuam algum tipo de alergia. A médica alergista e imunologista do Hospital de Clínicas, Daniele Comin da Costa explica como a alergia se desenvolve.
“Existem diversos mecanismos para desenvolvermos alergia. Aqui vou falar das mais comuns como asma e rinite. A alergia refere-se a certas doenças das quais ocorrem resposta imunológica a antígenos ambientais, por exemplo ácaros, poeira e pólen, causando inflamação e disfunção orgânica. Em teoria sugere-se que a alergia, aqui neste caso a atópica, resulta da regulação anormal dos nossos linfócitos (células de defesa). Novamente as mais comuns são as alergias respiratórias como asma e rinite.” pontua.
A especialista esclarece quais são as principais causas relacionadas ao seu desenvolvimento. “Geralmente as alergias são doenças epigenéticas, causadas pela história familiar (genética), exposição aos alérgenos e estilo de vida.”
A busca por tratamento adequado é fundamental para a qualidade de vida do paciente. Os sintomas apresentados estão relacionados ao tipo de alergia manifestada. “Os sintomas podem ser amplos, quando falamos de rinite os principais são coriza, obstrução nasal, prurido nasal e ocular, espirros. Na asma é comum a tosse, chiado no peito e falta de ar. Há muitas outras manifestações correlacionadas com outras alergias, assim como manifestações cutâneas, manchas, coceira, ressecamento, fissuras, entre outras.” esclarece a médica Daniele Comin da Costa.
A idade também pode influenciar no desenvolvimento das alergias. “Existem algumas alergias que são mais frequentes na primeira infância, como alergias alimentares ao leite de vaca e ovo. Outras costumam se apresentar na adolescência ou na fase adulta como rinite, urticárias crônicas. Importante acompanhar o paciente alérgico desde cedo, muitas vezes uma doença alérgica pode apresentar-se com múltiplos sintomas e ir modificando sua apresentação ao longo da vida do paciente.” explica a médica alergista e imunologista do HC.
A avaliação clínica considera diversos parâmetros para o diagnóstico mais preciso. “Na alergia, o mais importante é uma história clínica seguida de exame físico detalhado. Os testes e exames são bons aliados quando somados a anamnese, isolados podem confundir e prejudicar o diagnóstico.” enfatiza a especialista.
O tratamento varia dependendo do tipo de alergia e de seu agente causador. “Na maioria das vezes o tratamento consiste em profilaxia de crises. É possível ter qualidade de vida, mesmo com diagnóstico de alergia.” finaliza.