Outros nove pacientes Covid vindos de Porto Velho, capital de Rondônia, em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), desembarcaram no aeroporto de Porto Alegre por volta das 5h30 desta sexta-feira (29/1). Com idades entre 30 e 74 anos, seis homens e três mulheres foram levados a três hospitais: Clínicas, Nossa Senhora da Conceição e Vila Nova. Cada uma das instituições na capital gaúcha recebeu três pessoas. Todos ocuparão leitos clínicos, e só serão internados na UTI em caso de piora.
O Hospital Nossa Senhora da Conceição e o Clínicas já estão prestando atendimento aos nove pacientes que chegaram na quarta (27). Eles também ocupam leitos de enfermaria e estão sendo mantidos em isolamento, inclusive de outros pacientes Covid. O mesmo procedimento será feito com os recém chegados desta sexta (29).
"O comando que seguimos é o do governador Eduardo Leite, que tem referido que o Rio Grande do Sul está em condições e se preparou bem durante a pandemia, tomou medidas responsáveis. Aumentamos em 116% a quantidade de leitos de UTI durante 2020 e conseguimos garantir acesso hospitalar a todos que precisaram. Então, temos a responsabilidade de auxiliar os Estados em dificuldade para atender seus pacientes", afirmou o diretor de Regulação Estadual, Eduardo Elsade, coordenador das operações de transferência.
O Rio Grande do Sul tinha 933 leitos de UTI adulto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) antes da pandemia e abriu 1.045, alcançando o total de 2.018 leitos habilitados.
Além disso, o Estado conta com mais de 5 mil leitos clínicos para pacientes com menor gravidade. Com isso, a taxa de ocupação nesse segmento está em 22%, o que permitiu ao governo, com a colaboração de hospitais públicos e privados e prefeituras, receber pacientes de Rondônia, que ocupam apenas leitos clínicos.
Assim como na quarta, o número de pacientes esperado no RS não se confirmou: 10 foram confirmados para a viagem, mas o estado de saúde de um se agravou e não pode embarcar.
Há, ainda, previsão de que mais pessoas cheguem ao Estado no sábado (30/1), e devem ser encaminhadas ao Hospital Universitário de Canoas. O Estado se colocou à disposição para receber, no total, 50 pacientes – ou seja, ainda há vagas para 32. Os custos da viagem estão sendo arcados pelo governo federal.
"Mais uma vez, fica comprovado que somos um único país, um único território, que temos solidariedade. Quando vemos isso, essas pessoas chegando para serem tratadas aqui, nos emocionamos. Sentimos realmente a carência que ainda existe no Brasil e, se estamos em melhor condição no momento, temos de estender a mão", afirmou Marly Moraes de Lima, coordenadora das Urgências e Emergências da Secretaria Estadual da Saúde (SES).
Ambulâncias ficaram alinhadas no pátio de aviões aguardando a chegada do voo - Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini
Para a transferência entre o aeroporto e os hospitais, foram utilizadas ambulâncias básicas e avançadas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), além de um micro-ônibus da Brigada Militar. Equipes das prefeituras da capital e de Canoas participam ativamente da logística de transferência, ao lado da SES.
O secretário de Saúde de Porto Alegre, Mauro Sparta, garante que os hospitais da capital estão prontos para atender os pacientes. "As equipes já estavam preparadas desde a chegada anterior para acomodar nossos irmãos do Norte do Brasil", destacou.
A chegada dos rondonienses não impacta o cálculo das bandeiras do modelo de Distanciamento Controlado das cidades. O Estado flexibiliza, na base de cálculo, pacientes de fora da região. Além disso, os pacientes ocuparão leitos clínicos, cujo percentual de ocupação está baixo neste momento.
Inicialmente previsto para ocorrer entre 1h e 2h, o desembarque foi adiado para as 5h30. O voo decolou da Base Aérea de Porto Velho às 22h50 de quinta-feira (28/1). Os pacientes vieram em um avião C-105 do 1° Esquadrão do 15° Grupo de Aviação (1º/15º GAV) – Esquadrão Onça, sediado na Ala 5 – Base Aérea de Campo Grande (MS). O apoio logístico à tripulação e médicos foi prestado pela Ala 3 – Base Aérea de Canoas. O 18° Batalhão de Infantaria Motorizado do Exército Brasileiro, em Sapucaia do Sul, ficou encarregado pela higienização do avião após o desembarque dos pacientes.