O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo e já está entre as quatro principais causas de morte prematura (antes dos 70 anos de idade) na maioria dos países, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A incidência e a mortalidade por câncer vêm aumentando no mundo, em parte pelo envelhecimento, pelo crescimento populacional, como também pela mudança na distribuição e na prevalência dos fatores de risco de câncer, especialmente aos associados ao desenvolvimento socioeconômico. Em fevereiro, o dia 04, é lembrado como Dia Mundial do Câncer, data que faz um alerta em relação ao aumento da doença, importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado.
No Brasil, o INCA aponta que, para cada ano do triênio 2020-2022, a estimativa é que ocorrerão 625 mil casos novos de câncer (450 mil, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma). A equipe de Oncologia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, pontua ainda que, no país, os dois tipos mais frequentes são os de próstata em homens e de mama nas mulheres. Os outros tipos mais incidentes são de cólon e reto, pulmão, colo de útero, estômago e cavidade oral. O câncer representa a segunda principal causa de óbito na população, sendo fundamental campanhas de prevenção e detecção precoce, alertam os médicos especialistas, evidenciando que o maior aliado no combate à doença é o diagnóstico precoce, ou seja, quanto mais cedo for detectada a doença, mais cedo se inicia o tratamento, sendo expressivamente maior as chances de cura. A mamografia é o exemplo de ação que visa o diagnóstico precoce, ou seja, em detectar a doença em fases iniciais, muitas vezes antes de causar algum sintoma, permitindo um tratamento curativo.
Há vários fatores que estão associados a um risco aumentado de desenvolver câncer. Conforme os oncologistas, alguns deles não há como controlar, como idade avançada e histórico familiar. Porém, a maioria dos fatores de risco estão relacionados ao estilo de vida: tabagismo, consumo de álcool, dieta rica em gordura, sal e alimentos industrializados, obesidade, sedentarismo e exposição excessiva ao sol. Não existe uma medida isolada para prevenir o câncer, e sim, um conjunto de hábitos que minimizam a chance de desenvolver a doença. Alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, controle do peso, evitar tabagismo e consumo de álcool, proteção solar, vacinação contra HPV e hepatite B. Consultas médicas regulares também são importantes ao se falar sobre prevenção. Há exames como colonoscopia e citopatológico de colo de útero (Papanicolau) que identifica lesões pré-malignas, permitindo uma intervenção antes dessa alteração evoluir para um câncer.
Ainda, a equipe chama atenção para o consumo do álcool e tabagismo que estão relacionados ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer, se destacando os de pulmão e cavidade oral. Estudos mostram que pacientes tabagistas possuem 20 a 30 vezes maior risco de desenvolver câncer de pulmão. Outro fator é a exposição solar prolongada e sem proteção adequada, que também é prejudicial e possui associação com desenvolvimento de câncer de pele, bem como, obesidade e sedentarismo, que além de fazerem parte da lista de fatores de risco de câncer, estão relacionadas a doenças cardiovasculares e respiratórias.