MEDICINA & SAÚDE - Os efeitos da pandemia no desenvolvimento infantil

Longo período de distanciamento social provocado traz preocupação aos pais por possíveis prejuízos no desenvolvimento dos filhos

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(Foto - Bob Dmyt-CCO)(Foto - Bob Dmyt-CCO)
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Ainda que as atividades presenciais tenham sido parcialmente retomadas, o tema chama a atenção da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, que defende a presença e esforço dos pais para que atividades criativas sejam mantidas amenizando o uso excessivo de telas. “Existem orientações que passamos no consultório, mas não podemos nos limitar a isso. Precisamos compreender o porquê de muitos pais não estarem conseguindo exercer estas funções tão essenciais no processo educativo das crianças. É importante que nós, profissionais, possamos servir de modelo e na sessão de atendimento fazer com que eles, juntos, vivenciem as melhoras do comportamento”, explica o pediatra do Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Renato Santos Coelho. No âmbito geral acredita-se que tenham ocorrido prejuízos no desenvolvimento das crianças, com exceção daqueles que conseguiram implantar uma fase criativa com agenda variada durante o dia.

“O uso das telas é um entretenimento que deixa os pais livres da tarefa de educação, mas eles ficam sozinhos no mundo virtual”, completa. A faixa etária que pode ter sido mais afetada são bebês e crianças pequenas de até 3 ou 4 anos.


Por que crianças ainda não receberão vacina

O programa de vacinação licenciada emergencialmente no Brasil para Covid-19 não incluirá crianças porque as vacinas, independentemente do laboratório, são destinadas a pessoas a partir de 18 anos. Há estudos acontecendo para crianças e adolescentes, mas não há resultados ainda consolidados que mostrem segurança e eficácia neste grupo. "Uma das razões de não haver vacina para crianças é que esse grupo em geral evoluiu de forma mais benigna com a Covid-19. Podem acontecer casos graves, sim, mas como o número é muito menor de casos, a prioridade foi o desenvolvimento de estudos para os públicos de maior risco", afirma o membro do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Juarez Cunha.


Prioritários

Um esclarecimento importante é que tanto crianças quanto adolescentes, abaixo de 18 anos, mesmo tendo comorbidades, não entrarão nos grupos prioritários, uma vez que não houve estudos e dados suficientes que assegurassem a eficácia da vacina. "Por isso o uso de máscara, lavagem de mãos, evitar aglomerações e manter o distanciamento são regras que precisarão ser seguidas ainda por um tempo", finalizou Juarez. De acordo com nota divulgada recentemente pela Pfizer a empresa deu início aos cadastros e inscrições nos testes da vacina contra a Covid-19 em crianças de 12 a 15 anos. O estudo é uma extensão daquele que deu suporte à autorização de uso emergencial da vacina em pessoas com 16 anos ou mais e que já conta com 2.259 crianças entre 12 e 15 anos.

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