Criado em meio à pandemia de coronavírus, desde maio de 2020, o Laboratório de Diagnósticos do Sars-Cov-2/Covid-19 da Universidade de Passo Fundo (UPF) vem auxiliando municípios da região Norte do Rio Grande do Sul. O serviço de diagnóstico da covid-19 ocorre por meio de convênio entre a Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF) com mais de dez municípios da região. Até fevereiro deste ano, o laboratório da UPF realizou a análise de 3.964 testes, sendo 1.306 (32,95%) positivos para a doença.
O Laboratório de Diagnósticos Covid-19 foi montado com equipamentos da Instituição, adquiridos por meio de recursos de projetos de pesquisa. A equipe de trabalho é formada por professores e funcionários da UPF e conta com o auxílio de estagiários contratados e treinados especificamente para auxiliar nos procedimentos operacionais do laboratório. “Os resultados foram e são surpreendentes: conseguimos montar uma estrutura adequada e equipe competente em pouco tempo, e emitir laudos dentro dos prazos estabelecidos com os parceiros. E, certamente, os resultados maiores devem ter sido melhor apreciados pelos parceiros, pois tiveram os laudos positivos ou negativos em tempo viável para dar os devidos cuidados aos seus munícipes”, destaca o coordenador do laboratório, professor Dr. Luiz Carlos Kreutz.
Agilidade na análise
O laboratório contribui para agilizar o serviço de análise na região. “A parceria entre instituições, como a UPF e municípios vizinhos, permitiu aliciar a carga de trabalho dos laboratórios oficiais, como o Lacen/RS, que ficou sobrecarregado na pandemia, e atender demandas regionais com maior rapidez e segurança, permitindo um atendimento de melhor qualidade aos pacientes positivos”, observa Kreutz.
Até o momento, o laboratório já atendeu demandas dos municípios de David Canabarro, Camargo, Casca, Coxilha, Erechim, Gentil, Itapuca, Marau, Mato Castelhano, Nova Alvorada, Passo Fundo, Santo Antônio de Palma, Santo Antônio do Planalto, São Domingos do Sul, Vanini e Vila Maria. Além disso, mais recentemente, o local passou a analisar as amostras do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo.
Os municípios destacam a agilidade e o atendimento do laboratório. “O laboratório está sendo muito importante, primeiro, pela agilidade. Encaminhamos num dia e no outro já recebemos os resultados. Isso agiliza o atendimento e o tratamento do paciente, evitando que o estado de saúde dele se agrave e precise de atendimento hospitalar. Além disso, a comunicação com o laboratório é muito fácil. Entramos em contato e logo temos um retorno. Para nós, esse atendimento e retorno que recebemos é essencial neste período de pandemia”, declara a enfermeira da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Vila Maria, Carina Arboit.
As prefeituras realizam a coleta das amostras em seus municípios e fazem o transporte até o laboratório da Universidade, localizado no módulo 2 do UPF Parque, onde são realizadas as análises para detecção do Coronavírus. A UPF produz os relatórios conclusivos referentes aos testes e também fornece o treinamento para as equipes técnicas dos municípios.
Experiências confirmam potencial do laboratório
A estrutura do laboratório receberá novos equipamentos. Por intermédio do Distrito 4700 do Rotary Internacional e do Rotary Club Planalto Médio, foi aprovado um projeto para a compra de equipamentos próprios, que substituirão aqueles disponibilizados pelos pesquisadores da UPF. Os equipamentos já estão disponíveis e, em breve, serão alocados no laboratório”, informa o coordenador do espaço.
A estrutura de diagnóstico do local é composta por dois setores distintos: um para o recebimento, processamento e extração do material genético das amostras; e um segundo setor, onde o material genético é avaliado para verificar a presença do Sars-cov-2 utilizando a técnica RT-qPCR. (Real Time Polimeraze Chain Reactions).
As parcerias trouxeram experiências importantes no que se refere às relações institucionais e agentes locais, mas também na prestação de serviços de diagnóstico na área da saúde pela UPF, na implantação de metodologias sofisticadas para o diagnóstico de patógenos humanos, na qualificação de pessoal para o desenvolvimento das atividades e na consolidação de serviços que podem ser ampliados e estendidos para outras áreas da saúde humana. “O laboratório tem um enorme potencial no diagnóstico de patógenos respiratórios e seria interessante estender os serviços visando atender outras demandas”, revela Kreutz.