Toda mãe tem uma força consigo que não é possível descrever em palavras ou em tamanho. Quem é mãe sabe, quem tem mãe sabe como isso é forte, e é delas. Uma mãe luta pelos seus filhos, para estar junto e proteger. Essa força e garra foi fundamental para Glaucia Aparecida Pinto. Grávida de 31 semanas, ela contraiu o coronavírus e teve seu parto antecipado. Alice nasceu e foi para a UTI Neonatal e a mãe já internada na UTI Covid, ambas no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo.
As duas precisaram lutar. Márcio Xavier visitava a filha e depois se dirigia à UTI Covid em busca de informações da esposa e fez essa rotina por 43 dias. Alice foi se recuperando dia a dia, ganhando peso e evoluindo bem, já a mãe, encarou dias bastante difíceis. “Teve um dia que a médica me chamou porque ela estava muito mal, não estava reagindo, imaginei que ia perder ela. Mas, a médica me disse que a equipe ia continuar lutando por ela e graças a Deus ela começou a reagir”, relata Márcio.
Sobre os dias intubada, Gláucia conta que lembra de poucas coisas, mas sabe que teve que lutar muito e achou que não sobreviveria. “Eu disse para equipe, eu tenho duas filhas, preciso cuidar delas. Sei que fui uma guerreira, que foram dias complicados, mas felizmente deu tudo certo. É uma história que quero lembrar só das coisas boas, como agora que estou bem”.
Geralmente, ao esperar um bebê, a família vivencia o momento da gestação, a ida para a maternidade, o nascimento e a ida para casa. Com Glaucia e Márcio não foi exatamente nessa forma ou ordem, mas o destino fez algumas coisas se encaixarem na história. “Estava tudo indo bem com a gestação, foi realmente a Covid-19 que antecipou o parto. Não tive tempo de fazer foto, nada”, conta Glaucia. A mão do destino é que, Alice e Glaúcia deram alta das UTI’s no mesmo dia e puderam ficar juntas, no quarto da Maternidade, antes de ir para casa. O reencontro foi emocionante. Ao pegar Alice no colo pela primeira vez, a mãe chorou e agradeceu aos profissionais por poder viver o momento. “Filha, a mãe está aqui, oi filha”, falou emocionada Glaucia ao olhar para o rosto sereno de Alice. Márcio, também emocionado, pode finalmente ver junto, filha e mãe. “Agora é se recuperar e ir para casa. Nossa outra pequena Carolina, que tem sete anos, nos espera ansiosa. Sei que tenho que ficar mais forte, mas sobrevivi para cuidar delas”.
Equipes emocionadas
Do outro lado da história, os profissionais vibraram com o reencontro de mãe e filha. Ao ver a recuperação depois de dias muito difíceis de Glaucia, o sopro de esperança recobre todas as equipes. Na UTI Neonatal, a equipe imaginava se a pequena parecia com a mãe e entre lágrimas de alegria, viram ela ir ao encontro da mãe. Márcio registrou o momento e enviou para a equipe da UTI Covid. “Não tenho palavras para agradecer a quem nos cuidou. Foram sempre humanos, atenciosos, não desistiram de nós. Se hoje estamos aqui é graças a cada um que nos cuidou com tanto carinho e atenção”, relatam os pais.
Alta Hospitalar
Na quinta-feira, 22 de abril, Glaucia e Alice, juntas, tiveram alta hospitalar. A família estava muito feliz por poder retornar para casa, bem e unidos.