A rosácea é uma dermatose crônica que acomete 10% da população, geralmente mulheres de pele clara dos 30 aos 60 anos. O local que a rosácea atinge normalmente é a região central da face, bochechas, nariz e testa. Caracterizada por episódios de “flushing”, que são períodos de sensação repentina de vermelhidão e calor na face, a rosácea, se não tratada pode evoluir para coloração rósea/avermelhada persistente, vasinhos e surtos de inflamação na face, com aparecimento de bolinhas milimétricas vermelhas e às vezes com pus, simulando espinha.
Os sintomas da rosácea geralmente incomodam quem sofre com o problema, principalmente pela aparência de vermelhidão, mas com tratamento adequado é possível controlar os sintomas e conviver mais facilmente com a doença, que não tem cura. A Dermatologista Vanessa Padilha explica que a causa da rosácea ainda é incompletamente conhecida, e sabe-se que envolve múltiplos fatores, tanto genéticos quanto ambientais. “São fatores ambientais comprovadamente agravantes: exposição solar, cremes com ativos “fortes”, calor, alimentos picantes, condimentos, alimentos quentes, bebidas alcoólicas, estresse, entre outros. Na maioria dos casos o diagnóstico é clínico, não sendo necessários exames”, orienta.
Em relação ao tratamento, Vanessa pontua que é possível controlar os sintomas com cuidados diários simples na pele. “Existem diversas opções de tratamento que serão selecionadas de acordo com a gravidade do quadro e tipo de rosácea do paciente. As opções incluem ativos calmantes, hidratantes, antibióticos, Botox, luz intensa pulsada, laser e antiparasitários. Protetor solar é fundamental”, destaca a especialista, evidenciando que a pele do paciente com rosácea é muito sensível, sendo necessário cuidados com sabonetes, cosméticos e qualquer produto que seja usado no rosto. “Devem ser evitados os fatores que agravam a rosácea, como calor, alimentos condimentados, sol, banhos quentes e sauna, por exemplo”.
A médica alerta que é importante a orientação de um profissional, já que a forma mais complicada da rosácea, a fimatosa, é consequente ao aumento das glândulas sebáceas locais, podendo causar inflamação palpebral. É válido destacar que o acometimento ocular pode acompanhar qualquer grau da rosácea, desde o inicial até a forma fimatosa, o que reitera a necessidade de acompanhamento médico para o tratamento da rosácea.
Convivendo bem com a rosácea
Para algumas pessoas, a rosácea pode gerar baixa autoestima, vergonha ou mesmo preconceito. Mas, Vanessa esclarece que com os cuidados, essas questões podem ser evitadas. “Tenha um dermatologista para tratar as fases de surto da rosácea e para prescrever cuidados de manutenção. Quanto antes começar o tratamento, mais fácil controlá-la e evitar o desenvolvimento de vasos na face, manchas, cicatrizes e o desenvolvimento das formas fimatosas, como aumento do nariz, por exemplo”, salienta a médica, repassando mais algumas dicas. “Protetores solares adequados com cor são muito úteis para ajudar no impacto emocional e qualidade de vida, além de serem práticos, protegem a pele sensível do paciente com rosácea e contribuem para a proteção dos efeitos nocivos da radiação UV, luz visível e infravermelho. Rosácea é uma doença de pele, mas se você procurar um dermatologista vai saber controlá-la e ter uma pele saudável e bonita”.