Após um período de redução da demanda, os hospitais de Passo Fundo voltam a ser pressionados por casos de Covid-19. O aumento das hospitalizações pela doença foi de aproximadamente 59,5% em apenas nove dias. O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) tinha nesta manhã (17) 31 pacientes Covid-19 em UTI, sendo que o total de leitos disponíveis é 30. O Hospital de Clínicas (HC) estava com a UTI Covid-19 e geral lotadas.
“Depois de uma pequena diminuição, de duas semanas para cá vem aumentando e nessa última semana foi muito grande o aumento da demanda, deixando a gente com bastante preocupação”, disse o coordenador médico do HC, Rosemar Stefenon.
Em 08 de maio o município tinha 116 hospitalizações. A partir de então, o número disparou, chegando a 185 hoje. O maior aumento é nos leitos clínicos, em que a ocupação chegou a 123 no último boletim da Secretaria Municipal de Saúde. O número de casos ativos chegou a 380 no dia 05 de maio. No entanto, voltou a crescer, alcançando 605 hoje (17), um aumento de 59,2%.
A procura pelos Cais que atendem pacientes de Covid-19 também vêm aumentando. No Cais Petrópolis, por exemplo, foram 618 atendimentos na última semana epidemiológica, que ainda não tinha terminado na data do boletim semanal da SMS, em 13 de maio. Apenas duas semanas atrás, o Cais realizou 532 em toda a semana. Esses números costumam ser os primeiros a aumentar, seguidos por hospitalizações em leitos clínicos, UTIs e, por fim, óbitos.
Pacientes
O quadro em que os pacientes chegam também preocupa. “A procura está muito grande no pronto atendimento, no pronto socorro, também de pacientes dos Cais. E eles vêm muito graves, ficam graves muito rápido”, relata Rosemar. Além disso, houve uma mudança na faixa etária. Agora o hospital tem poucos idosos com mais de 70 anos internados com Covid-19 e a faixa etária com mais pacientes é de 40 a 55 anos, o médico considera que esse pode ser um efeito da vacinação dos idosos.
Também aumentou a procura de leitos para transferências de pacientes da região. “Na medida em que tenha leito a gente tem socorrido. Hoje nós temos respirador para toda nossa UTI, é suficiente, mas não temos mais leitos para aceitar como tínhamos semanas atrás”, explica o médico.