O conceito de saúde é muito amplo. Mas, com certeza, é indissociável da família. Não se trata apenas da ausência de doenças, mas do bem-estar físico, mental e social. Essa condição começa no berço e nos acompanha em todas as fases da vida. São os hábitos familiares e os aspectos genéticos que respondem pelas características estruturais e funcionais do corpo. Ora, então a prevenção e a detecção de doenças começam em casa, através do médico de família. Um cuidado que inicia na concepção e segue durante toda a vida. A Dra. Silvana Momm Crusius explica que a Medicina de Família “é uma especialidade médica que cuida dos aspectos clínicos e preventivos assim como psicossociais de pessoas de todas as faixas etárias incluindo gestantes”. Em outras palavras, é um acompanhamento personalizado à família e os seus integrantes. Uma proximidade que facilita os caminhos para diagnósticos e tratamentos.
Aspectos familiares e genéticos
Especialista em Medicina de Família e Mestre em Geriatria, Dra. Silvana Crusius exerce suas atividades em Passo Fundo. Além da clínica, também é professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo - UPF. Em relação às vantagens do atendimento médico familiar em todas as fases da vida, enfatiza que “a maior vantagem é ter um médico que conhece e trata toda a família levando em consideração que as doenças estão muitas vezes relacionadas com os aspectos familiares e genéticos”. Em abordagem sucinta, ela nos explica sobre a Medicina desde o antigo médico de família às especializações da atualidade, atenção aos mais velhos e como lidar com a pandemia.
O paciente como um todo e inserido num ambiente familiar
Medicina & Saúde: Lá pelos anos 1950, um único médico cuidava de toda a família. Isso praticamente terminou a partir dos anos 1970. Agora o médico de família está de volta. O que motivou esse retorno?
Silvana Crusius: Principalmente a necessidade de enxergar o paciente como um todo e inserido num ambiente familiar e social. O médico de família deve estar apto a resolver grande parte dos problemas médicos dos indivíduos e ainda intervir no apoio ao desenvolvimento de hábitos saudáveis visando a melhoria da qualidade de vida.
Medicina & Saúde: O vínculo médico-paciente-familiares permite uma relação mais próxima para detectar e tratar doenças?
Silvana Crusius: Com certeza. O médico de família é aquele profissional de confiança que é buscado sempre que for necessário o atendimento por problemas agudos, crônicos e para aconselhamento para prevenção de doenças.
Medicina & Saúde: A medicina de família e a geriatria ficam próximas. Como conciliar esses dois caminhos?
Silvana Crusius: Na verdade uma complementa a outra, porque o idoso muitas vezes conta com os cuidados de familiares nesta fase da vida ou vice-versa. Ou seja, muitos idosos cuidam de seus netos para os filhos trabalharem. Então, é necessário pensar também na saúde daquele que cuida para que ele possa exercer a sua função dentro da família. Além disso, sabe-se que com o aumento da expectativa de vida haverá cada vez mais idosos nas famílias.
Medicina & Saúde: A geriatria é apenas para cuidar de idosos ou tem uma ação preventiva? A partir de que idade a prevenção é necessária?
Silvana Crusius: A Geriatria, assim como a Medicina de Família, é uma especialidade médica que trata problemas agudos e crônicos dos idosos e trabalha desde a idade adulta com prevenção de doenças relacionadas ao envelhecimento.
A pandemia uma grande mudança no relacionamento familiar
Medicina & Saúde: A pandemia mudou quase tudo. Como isso afeta as famílias? Há uma angústia coletiva?
Silvana Crusius: Certamente o fato de ficar mais tempo em casa e com os demais membros da família, juntamente com a preocupação constante em relação a uma possível contaminação pelo coronavírus, gerou uma grande mudança no relacionamento familiar. Depressão, ansiedade, distúrbios do sono entre outros são problemas bastante sérios e evidentes em muitas famílias.
Medicina & Saúde: E os idosos, inicialmente o principal grupo de risco, sentem-se ameaçados e ficam deprimidos?
Silvana Crusius: A maioria dos idosos passou inicialmente por um momento de pânico em relação à doença e aos riscos da infecção. Os idosos se viram em uma situação de vulnerabilidade e a necessidade de isolamento social trouxe tristeza e solidão. Tudo isso gerou muitos casos de depressão nos idosos. Os familiares também têm medo de contaminar os seus idosos e acabam se afastando deles o que faz com que eles sintam falta da companhia dos filhos e netos.
Medicina & Saúde: Como se portar em família no enfrentamento à pandemia para evitar angústias e depressões?
Silvana Crusius: A melhor forma de manter o bom relacionamento com os familiares é compreender que todos estão passando por um momento difícil e, pior ainda, aquelas famílias que perderam algum ente querido. Então, ser compreensivo, empático e cultivar o bom humor pode auxiliar muito para que a vivência familiar se torne mais agradável e com isso até os problemas psicológicos serão enfrentamos de maneira mais eficiente.
Medicina & Saúde: Na pandemia buscamos a imunidade. Para isso basta a vacina?
Silvana Crusius: Além da vacina é fundamental ter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos regularmente, dormir bem e consultar o seu médico para ter a certeza de que a sua saúde está bem.
SERVIÇO:
Dra. Silvana Momm Crusius
- Especialista em Medicina de Família e Geriatria, Professora da Faculdade de Medicina da UPF, Mestre em Geriatria e Membro da American Geriatrics Society.
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