MEDICINA & SÁUDE - Porque eu devo fazer a vacina contra a Covid-19

(*) Hugo R. K. Lisboa, MD, PhD

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(Foto – Arquivo pessoal)(Foto – Arquivo pessoal)
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Tenho encontrado seguidamente pessoas dizendo que não vão fazer a vacina para prevenção da Covid-19. Acho isso uma pena, pois soubemos de várias pessoas que faleceram por não terem feito a vacina. Uma das alegações que ouvi é que estavam esperando alguma marca específica do imunizante. Esse julgamento errôneo pode ter sido fatal. Talvez possa ser uma percepção equivocada minha, mas quando aparece o assunto vacina há certo desconforto e muita desaprovação. Sabemos que as vacinas foram demonizadas pelo presidente Bolsonaro durante muito tempo e isso certamente influenciou. Falar mal de vacina seria até “normal”. Notícia boa não é notícia. É bom-tom dizer que após o uso apareceram febre, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, arrepios, diarreia e dor no local da injeção. Todos esses sintomas estão previstos pela Organização Mundial da Saúde. Três bilhões de doses foram administradas em todo o mundo. É natural que alguém que recebeu a dose tenha manifestado alguma doença concomitantemente. Nada de novidade, portanto.


Resultados no Chile

As vacinas em uso no Brasil são a da Pfizer, a Coronavac, a AstraZeneca/Oxford e mais recentemente da Jansen. Todas testadas em estudos adequados e aprovadas pela Anvisa. A nossa agência regulatória costuma ser muito rigorosa nas suas avaliações. É uma instituição pública brasileira que funciona. Qualquer vacina é boa, elas são do bem. Reforçando essa afirmativa, agora, dia 7 de julho, foram publicados os resultados da vacinação no Chile com a chinesa Coronavac no New England Journal of Medicine. Em três meses de estudo, avaliando 10 milhões de chilenos vacinados, 66% não pegaram Covid, 86% evitaram hospitalização, 90% evitaram hospitalização em UTI e 86,3% evitaram a morte. Bota resultado bom nisso. Com o uso das vacinas e das outras medidas preventivas houve uma queda impressionante nos casos da Covid-19. Num gráfico do site Our World in Data da Universidade de Oxford se percebe a grande diminuição de casos ocorrida nos Estados Unidos agora que a vacinação alcançou 50% da população. Lá há vacinas gratuitas e a vontade. O Brasil começa apresentar uma estabilidade com a vacina fornecida a conta gotas. Temos 78 milhões de vacinados com 1ª dose (37%) e 27.795.289 com as duas doses, 13 %, da população.


Bobagens fantasiosas

Não consegui saber a razão, o porquê pessoas divulgam boatos detratando vacinas. Essas funcionaram em todos os lugares e em todos os tempos. Já se assistem países levantado as limitações. Nova York, por exemplo, cidade que estava tomada pelo vírus, neste momento está aberta ao turismo Não há necessidade de máscara nas ruas e há possibilidade de frequentar restaurantes teatros e cinemas. Por alguma maldade inimaginável há uma disseminação inverdades sobre os imunizantes. Bobagens fantasiosas. “A vacina vai contaminar o seu DNA”, “magnetizar o corpo”, “permitir que o Bill Gates se aproprie dos cérebro levando sua informações para a Microsoft”. O que fomenta mais essa atitude malévola é os casos de pessoas que faleceram da Covid-19 mesmo tomando vacinas. De fato entre 107.496.325 pessoas nos Estados Unidos que haviam sido totalmente vacinadas 160 pessoas faleceram (0,0001%) e tinham entre 71 e 89 anos de idade. Um número muito pequeno. É preciso uma cruzada a favor da vacina a ser protagonizada médicos, enfermeiros, dentistas, fisioterapeutas, professores de educação física, nutricionistas e outros profissionais que tratem com o ser humano. Conclamar igualmente os estudantes dessas áreas para que, em uníssono, levantem a voz a favor da vacina. Precisamos sair dessa e esse é o caminho. 




Efeitos da vacinação: EUA, Chile e Brasil


(Reprodução - Our World in Data)



(*) Hugo R. K. Lisboa, MD, PhD é endocrinologista e professor de Medicina da IMED

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