MEDICINA & SAÚDE - Mês de conscientização sobre as hepatites virais

Tipos têm transmissões diferentes e agem de forma silenciosa

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No mês dedicado a conscientizar sobre a hepatite, a médica hepatologista Dra. Raquel Scherer de Fraga, do Hospital de Clínicas de Passo Fundo, explica sobre tipos e transmissão da doença. Existem cinco tipos mais comuns de hepatite, denominados de A, B, C, D e E. Cada uma delas possui meios de transmissão diferentes, porém agem de forma silenciosa no organismo e causam danos ao fígado. Os vírus da hepatite B e C, junto com o álcool e a esteatose metabólica, são as principais causas de cirrose, câncer de fígado e transplante hepático no mundo. 

 

Prevenção e tratamento  

Existem vacinas disponíveis para a prevenção das hepatites A e B. Procure uma Unidade de Saúde e informe-se sobre as etapas de imunização. O SUS oferece tratamento para todos os tipos de hepatite. Conscientizar sobre a prevenção e tratamento das hepatites é fundamental para conter o avanço destas doenças. A recomendação do Ministério da Saúde é de que todas as pessoas com mais de 45 anos façam o teste, que está disponível gratuitamente na rede pública.


Pandemia 

O Brasil possui cerca de 600 mil pessoas com o vírus da Hepatite C. Deste total, no entanto, apenas 100 mil são diagnosticados, ou seja, o risco maior está nas pessoas que tem a doença e não sabem. O quadro da pandemia no último ano no Brasil, prejudicou o esforço na testagem e identificação destes pacientes. O alerta foi feito no Ciclo de Palestras AMRIGS, promovido de forma online na noite de terça-feira (13/07).


Transmissão das hepatites virais  


– Hepatite A: é uma das infecções mais frequentes, possui manifestação leve e está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene. É responsável por casos de hepatite aguda, não evoluindo para cirrose.


– Hepatite B: é o segundo tipo com maior incidência. A contaminação ocorre por via sexual, contato sanguíneo e pela chamada transmissão vertical (de mãe para filho na gestação). 


– Hepatite C: o contato com sangue contaminado é a principal forma de transmissão. Relação sexual e transmissão vertical ocorrem em um pequeno número de casos.

 

– Hepatite D: Se manifesta apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. No Brasil, a hepatite D apresenta taxas de prevalência elevadas na Bacia Amazônica. A vacinação contra a hepatite B é a principal forma de prevenção.

  

– Hepatite E: Descoberta em 1980, a hepatite E é de difícil diagnóstico, poucas opções de tratamento e sem vacina. Inicialmente detectada na África e Ásia, recentemente se tornou endêmica na Europa. São oito genótipos da hepatite E. Os genótipos 1 e 2 são transmitidos da mesma forma da hepatite A. Já os genótipos 3 a 8 são transmitidos dos animais para os seres humanos (alimentos de origem animal não cozidos adequadamente).

Dra. Raquel Scherer de Fraga, hepatologista, PhD em Hepatologia pela USP, integra o corpo clínico do Hospital de Clínicas de Passo Fundo (Foto – Arquivo Pessoal)


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