MEDICINA & SAÚDE - A importância de falar sobre a doação de órgãos

No Dia Nacional da Doação de Órgãos o Hospital de Clínicas realizou encontro online

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A doação de órgãos pode possibilitar novas chances para muitas pessoas (Foto – Pixabay)A doação de órgãos pode possibilitar novas chances para muitas pessoas (Foto – Pixabay)
A doação de órgãos pode possibilitar novas chances para muitas pessoas (Foto – Pixabay)
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O Dia Nacional da Doação de Órgãos é lembrado em 27 de setembro. Nesta data, o Hospital de Clínicas de Passo Fundo promoveu um evento online visando esclarecer as principais dúvidas sobre o tema, muitas vezes ainda um tabu entre as famílias. A doação de órgãos pode possibilitar novas chances para muitas pessoas. Porém, para isso acontecer é fundamental que a família e o doador estejam conscientes do processo de doação e manifestem o desejo de doar. “Hoje no Rio Grande do Sul mais de duas mil pessoas aguardam por um transplante na fila de doação de órgãos e apesar deste assunto estar sendo mais discutido hoje em dia, a gente ainda tem um número muito grande de pessoas em uma fila de transplante aguardando um órgão e um número de doações ainda muito baixo”, destacou a enfermeira Janiela Klasmann, membro da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante - CIHDOTT do Hospital de Clínicas.  


Critérios 

Os critérios para o diagnóstico da morte encefálica foram abordados pela médica cardiologista, especialista em terapia intensiva, Dra. Aline Benvegnu Barbosa, que esclareceu quais são os testes e exames que compõe esse protocolo e auxiliam no diagnóstico final. “A gente não pode oferecer a opção de doação de órgãos se não houver diagnóstico. No diagnóstico de morte encefálica o paciente apresenta coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente. Junto a isso haverá uma lesão bem definida, um trauma, AVC, e não tem que haver condições confundidoras. O protocolo contempla a execução dos exames clínicos, um teste de apneia e um teste complementar. Estes exames são feitos por dois médicos em tempos diferentes, que não podem ser médicos envolvidos com equipes transplantadoras, e depois um exame de imagem”, destacou Aline. 


Exames e avaliações

Cassiano Crussius, médico coordenador da Organização de Procura de Órgãos – OPO4 também salientou que os exames e avaliações analisam criteriosamente todos os elementos diagnósticos antes da comunicação à família. “Uma vez feito o diagnóstico de morte cerebral, nós temos a segurança de que é irreversível. É um processo difícil, onde na maioria das vezes são envolvidos três médicos”, frisou. A compreensão dos aspectos familiares relacionados e o acolhimento da família pelos profissionais de saúde foi abordada pela psicóloga Elsa Tallamini. Normalmente nós temos aberturas de protocolos de morte encefálica diante de situações inesperadas. A família possui vivências que são peculiares para aquele momento. A família precisa ser informada, escutada e elaborar todos os processos que se instalam, precisa ser acolhida em seu sofrimento, ter um espaço adequado de escuta, que todas as suas dúvidas sejam esclarecidas”,


Transplantada

Luma Eccel, advogada, diretora da ONG Sou Doador e transplantada renal há quatro anos e meio, após ter realizado hemodiálise por mais de dois anos, também participou da live em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos. “Eu acredito que falar de doação não é falar de morte, é falar de vida, porque a morte, na verdade, é inevitável, mas como você vai terminar esse ciclo aqui pode ser diferente, você pode doar vida também”, finalizou. O evento completo pode ser acessado no canal do Hospital de Clínicas de Passo Fundo no YouTube.  

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