O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou 720 novos casos de câncer de colo de útero no Rio Grande do Sul no ano passado. É o quarto tipo mais comum entre mulheres no Estado. Cerca de 70% desses tipos de câncer são causados pelo HPV, sigla em inglês para Papilomavírus Humano, que a vacinação em meninas e meninos pode evitar.
Até o final deste mês de outubro, os municípios gaúchos irão imunizar crianças e adolescentes menores de 15 anos. O objetivo, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde (SES), é colocar em dia alguma dose do calendário básico que possa estar em atraso. Contra o HPV, a vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada, em duas doses, para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.
Apesar da oferta, assim como ocorre com outras vacinas do calendário infantil e dos jovens, a cobertura dessa vacina apresenta baixos índices no Estado. Apenas pouco mais da metade das meninas dessa idade completaram o esquema de duas doses no período de 2013 a 2020, enquanto nos meninos esse índice é ainda menor.
A presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul (Sogirgs), Ana Picoloto, destaca que não é só o câncer de colo do útero que esse vírus pode causar, já que ele também pode levar a neoplasias na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca. “Essa é uma infecção que pode ser evitada. A vacina que temos é segura, eficaz e testada”, defende.
A médica ginecologista também destaca a razão para a vacina ser ofertada nesta faixa etária específica. “A vacinação deve ocorrer, preferencialmente, antes da vida sexual, assim a vacina se torna muito mais eficaz”, comenta. “Ajude a prevenir o câncer, cuide de seu filho ou filha e leve-os até uma Unidade Básica para fazer as duas doses”, completa.