Uma flora intestinal saudável e rica em probióticos pode ser um grande aliado na prevenção de doenças, especialmente com bebês e crianças. Os médicos reforçam que a construção desse quadro começa desde antes do nascimento, especialmente quando o bebê nasce por parto normal e quando é amamentado com exclusividade durante o início da vida. A médica da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), gastroenterologista e endoscopista pediátrica, Cristina Targa Ferreira, lembra que os probióticos podem ser benéficos, embora não essenciais no tratamento e na prevenção de algumas doenças gastrointestinais. “O grupo de micróbios habitantes de nosso organismo são conhecidos como microbiota e seu genoma coletivo como microbioma. Vários órgãos do nosso corpo são povoados por micro-organismos, sendo o cólon, aquele que possui a maior densidade de micróbios. A comunidade microbiana regula várias importantes funções metabólicas e fisiológicas do hospedeiro, dirigindo a maturação do sistema imune nos primeiros anos de vida e contribuindo para a homeostase durante o resto da vida”, explica.
O uso de probióticos
Em crianças menores de seis meses é comum usar probióticos para amenizar diarreia, cólicas, gastroenterites, dores abdominais, alergias e infecções do trato respiratório. A médica lembra que cada probiótico deve ser avaliado separadamente e para o adequado uso é fundamental a orientação do médico pediatra. “O esclarecimento é importante. O uso de probiótico sem evidência científica deve ser desencorajado”, completa.
Trilhões de bactérias
A existência de trilhões de bactérias em nosso organismo é necessária e coordena várias ações metabólicas e imunes. Apesar de bactérias serem mais conhecidas, estão incluídos vírus e protozoários. Fatores ambientais também afetam a formação da microbiota. “Doenças crônicas não transmissíveis do adulto como asma, alergia, obesidade e doenças metabólicas como infecções e cólicas e até desordens do comportamento e do sistema neuro-cognitivo estão, também, relacionadas”, finalizou a médica. A orientação para os pais é evitar os alimentos ultraprocessados, considerados os grandes vilões. Eles geralmente contêm ingredientes que suprimem as bactérias "boas" ou aumentam as bactérias "más".