Quarta-feira, 17 de novembro, foi lembrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. A data foi instituída com o objetivo de promover uma reflexão sobre a importância da saúde masculina. O Instituto Nacional de Câncer estima que, em 2021, sejam registrados 65 mil novos casos da doença e cerca de 15 mil mortes. Em razão das estatísticas alarmantes, são necessárias orientações sobre o tema. Confira uma entrevista com o médico Mário Franciosi, urologista do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo.
- Qual a importância de olharmos com mais atenção para a saúde masculina?
Dentro do Novembro Azul temos nossos olhares voltados para o câncer de próstata, que é o segundo tipo de câncer mais prevalente entre os homens acima de 50 anos, perdendo apenas para o câncer de pele. Ele tem tendência a aumentar a incidência conforme a idade e os fatores genéticos. Além disso, a doença é predominante em homens negros. A ideia é justamente chamar atenção para que todos tenham um cuidado com a sua saúde. Esse cuidado é importante porque, muitas vezes, o câncer é assintomático em fase inicial.
- Qual a necessidade de consultas médicas periódicas?
Assim como as mulheres vão frequentemente ao ginecologista, os homens precisam desenvolver o hábito da consulta com urologista e, sem dúvidas, uma preocupação em prevenir problemas de saúde. Não somente pelo físico, mas também em relação com relação ao bem-estar psicológico. Os homens precisam receber orientações em relação à alimentação, seus hábitos e a prática de atividade física. A campanha do Novembro Azul é realizada justamente para que todos tenham acesso a informações para facilitar o diagnóstico precoce.
- Quando as consultas devem ser acompanhadas de exames clínicos e de imagem?
É necessário fazer uma revisão anual com o urologista e a realização de exames. . Às vezes, o homem acha que as queixas relacionadas à urina são sintomas de tumor, mas na realidade sinais como o jato fraco, grande frequência e quantidade são mais comuns no crescimento benigno da próstata, ou seja, quando não há um prejuízo para a saúde. Na maioria dos casos o câncer de próstata em estágios iniciais não tem nenhuma sintomatologia presente. Então, o diagnóstico se faz avaliando os sintomas do paciente, exame de toque retal e análise dos exames laboratoriais (PSA) e, quando necessário, ressonância magnética da próstata. O que a gente quer é preservar a saúde masculina, fazendo a prevenção das doenças e isso conseguimos em uma consulta médica bem feita, conversando com paciente, ouvindo as suas angústias e, principalmente, examinando. Se os exames apresentaram alterações, por meio da biópsia de próstata, conseguimos determinar o diagnóstico.
- Mesmo com as campanhas, ainda é necessário desmistificar esse cuidado dos homens com a saúde?
Felizmente, vemos muitos homens fazendo a sua prevenção, o que talvez não acontecesse com tanta frequência há 10 anos. A mudança de conduta deles tem uma influência muito forte nas campanhas de prevenção e também na conscientização das pessoas. Muitos homens vêm acompanhados de suas companheiras porque elas motivam a consulta. As mulheres no geral já possuem esse cuidado com a saúde. Conseguimos com o diálogo e com convencimento a coisa mais importante nos dias de hoje, que é a prevenção. Esperamos que isso traga uma saúde mental e física muito melhor para todos os homens.