Desde a segunda-feira (29/11), o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) intensificou o trabalho de vigilância genômica que permite identificar as variantes do coronavírus circulantes no Estado. A finalidade é verificar a possível entrada da nova variante ômicron, identificada na África do Sul.
De acordo com o especialista em saúde do Cevs, Richard Steiner Salvato, todas as amostras analisadas nos laboratórios do Cevs que resultarem positivas e que tenham carga viral suficiente passarão por um teste de RT-PCR específico para a identificação de possíveis casos da variante ômicron. Caso o teste indique a presença de uma mutação existente na ômicron e não na delta ou na gamma (variantes em circulação no Rio Grande do Sul atualmente), essa amostra passará por um sequenciamento genético completo para a confirmação. O sequenciamento completo poderá ser realizado no Cevs ou na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
A vigilância genômica do coronavírus é um trabalho de rotina do Cevs durante a pandemia, mas é intensificada durante os períodos em que surgem novas variantes de preocupação no mundo. VOC, variants of concern na sigla em inglês, são variantes que apresentam mutações genéticas capazes de trazer alguma mudança no comportamento do vírus.
Salvato explica que a ômicron apresenta um grande número de mutações na proteína spike do vírus, que é a parte responsável por se ligar à célula humana, e também é a região em que parte das vacinas agem. As mutações na proteína spike fazem, principalmente, com que o vírus se torne mais transmissível. “A preocupação se dá pela rápida disseminação em países da África, mas ainda não é possível afirmar que, de fato, há alterações significativas no comportamento do vírus com essa variante”, completou.