MEDICINA & SAÚDE - A preocupação com o envelhecimento dos doadores de sangue

Através de campanha, o Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo busca fidelizar novos doadores

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Foto – Ana Paula Koenemann-HSVPFoto – Ana Paula Koenemann-HSVP
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O Dia Nacional do Doador de Sangue, 25 de novembro, é muito significativo para o Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, voluntários e entidades ligadas à causa. Neste ano, o setor realizou cerca de 9 mil coletas de sangue. Ainda assim, a quantidade é considerada insuficiente para atender a demanda regional de 2 milhões de habitantes. Para reforçar a importância desse gesto nobre e voluntário, há três anos, livros educativos foram organizados pelo HSVP com o apoio da Prefeitura de Passo Fundo, Câmara de Vereadores, Instituto Pietro, Academia Passo-fundense de Letras, UPF e BSBIOS. O material é trabalhado nas escolas municipais e resultou em Lei, por iniciativa do vereador Saul Spinelli. Agora, o objetivo dos parceiros é envolver os alunos do ensino médio no debate. Para conscientizar mais pessoas sobre o tema, o HSVP realizou o evento “Doadores do Amanhã”. A Dra. Cristiane da Silva Rodrigues, responsável técnica do Serviço de Hemoterapia do São Vicente e professora da Faculdade de Medicina da UPF lembrou uma pesquisa sobre o impacto das campanhas sociais na captação de doadores. “No trote solidário da UPF, por exemplo, os estudantes são motivados a participar de ações solidárias de doação de sangue. Em 2018, 109 calouros foram cadastrados pela Hemoterapia, sendo que 49 deles fizeram a doação pela primeira vez. E, até hoje, vários daqueles jovens são nossos doadores fiéis”.


Fidelizar os jovens

Com os resultados positivos da campanha, o HSVP decidiu convidar as escolas de ensino médio, públicas e privadas, para se somarem a uma nova fase do projeto. O desejo é fidelizar os jovens dos 16 aos 29 anos, considerado o menor público entre os doadores. De 2017 até agora, foi identificada uma média de 31% de doações nessa faixa etária. Além disso, em 2020, quando foram autorizadas as doações de 16 e 17 anos, houve apenas três registros no Serviço de Hemoterapia. Em 2021, este número passou para 24. A médica hematologista acredita que existe uma barreira de medo, insegurança e burocracia que pode ser vencida através da informação em sala de aula. “Temos em Passo Fundo cerca de 25 escolas de ensino médio com muitos jovens que são potenciais doadores. Precisamos da ajuda dos educadores para orientá-los sobre a segurança do processo de doação. Nossos doadores assíduos estão envelhecendo, cabe aos mais novos a garantia de que vidas continuem sendo salvas”. O processo de doação de sangue é o mesmo para todas as idades. Já os adolescentes necessitam de um termo de consentimento assinado pelos pais ou responsáveis.


 Cidadania e solidariedade

A Coordenadora da 7ª CRE, Carine Imperator Weber, enalteceu o desafio lançado pelo Serviço de Hemoterapia e colocou as escolas do Estado à disposição da campanha. “Sinto-me honrada em saber que fomos convidados a integrar um grupo tão ativo. Mais do que ensinar disciplinas importantes, a escola deve trabalhar as competências para cidadania, solidariedade e vida. Precisamos estimular nossos estudantes a se tornarem doadores de sangue”. Para finalizar o evento “Doadores do Amanhã”, o Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo deixou uma mensagem de agradecimento a todos os doadores de sangue. Sem eles, certamente, muitas pessoas que dependem de transfusões não teriam esperança e a oportunidade de lutar por novos recomeços. 

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