Logo que as portas do CAIS Boqueirão foram reabertas para triagem e atendimento de sintomáticos de coronavírus, nas primeiras horas da manhã de segunda-feira (10), os prontuários foram se acumulando até o começo da tarde, período em que os profissionais da saúde tomaram a decisão de forçar uma interrupção em novos atendimentos para conseguir atender a demanda que havia se formado no primeiro dia de reestruturação do centro para absorver a procura pelo serviço de saúde diante do expressivo aumento de contágios.
A unidade, que havia retomado as consultas habituais em setembro em razão do alívio nos indicadores sanitários no município, voltou a ser o segundo centro de referência para acolhimento aos passo-fundenses com suspeita de Covid-19 junto com o CAIS Petrópolis. “Às 13 horas, havia 60 pacientes aguardando atendimento realizado por dois médicos”, relatou a enfermeira Greice Schrader ao jornal O Nacional na terça-feira (11). A busca espontânea, afirmou, resultou na aplicação de 70 testes para apoiar o diagnóstico. “Um ponto positivo é que não recebemos pacientes que estejam mal a ponto de precisarem ser encaminhados para os hospitais. Isso se deve ao avanço da vacinação”, ressaltou Greice.
Ainda que 84,5% dos moradores esteja com o esquema vacinal completo, e 97,8% com a primeira dose do imunizante, os casos ativos da doença aumentaram 397% na primeira semana do ano, conforme a estimativa elaborada com base nos boletins epidemiológicos divulgados diariamente pela Secretaria Municipal de Saúde. Em 3 de janeiro, mostra o primeiro monitoramento de 2022, 147 passo-fundenses estavam contaminados pelo SARS-CoV-2. Esse número, no entanto, subiu para 732 na segunda-feira (10), assim como os casos em análise: de 348, no primeiro dia do ano, para 807.
Contágios
A partir da expansão nos diagnósticos positivos de coronavírus, sendo 593 novos casos confirmados em sete dias, o prefeito de Passo Fundo, Pedro Almeida (PSD), anunciou a compra de mais testes e o reforço nas equipes de saúde para ampliar as medidas de enfrentamento da pandemia.
Ainda sem casos da variante Ômicron reportados na cidade, cuja cepa se caracteriza pela rápida transmissibilidade, a mutação preocupa as autoridades sanitárias de Passo Fundo. “Poderemos, a qualquer momento, ter uma confirmação”, afirmou a secretária municipal de Saúde, Cristine Pilati, por meio da assessoria de imprensa da PMPF.
Dos 38.920 munícipes que contraíram a doença, desde o início da crise sanitária, 37.470 se recuperaram do coronavírus; oito deles na última semana, conforme mostra o boletim epidemiológico.
Com a retomada das consultas clínicas aos pacientes com sintomas gripais e de Covid-19 no CAIS Boqueirão, a Sala de Vacinação da unidade não fará, temporariamente, mais aplicações de doses da Janssen, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Os moradores devem, agora, se deslocar à Central de Vacinas para a aplicação do imunizante, conforme o cronograma.