Janeiro Branco faz alerta sobre saúde mental

Especialista do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo fala sobre a importância do autocuidado

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 Primeiro mês do ano é dedicado à campanha Janeiro Branco (Foto: FreeImages) Primeiro mês do ano é dedicado à campanha Janeiro Branco (Foto: FreeImages)
Primeiro mês do ano é dedicado à campanha Janeiro Branco (Foto: FreeImages)
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Buscando chamar a atenção da população sobre a importância do cuidado com a saúde mental e emocional, o primeiro mês do ano é dedicado à Campanha Janeiro Branco. Confira algumas recomendações da psicóloga Coordenadora do Serviço de Psicologia Clínica Hospitalar da Unidade Uruguai do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, Gisele Dala Lana: 


• De que forma a Campanha Janeiro Branco nos faz um convite para olharmos com mais atenção para nossa saúde mental?

 Ela nos reforça que esse é um cuidado que devemos ter diariamente. Em janeiro, costumamos estar mais abertos para repensar como se está vivendo a vida, que coisas estamos fazendo, o que vai bem e o que não vai. Ou seja, também é o momento que estamos mais disponíveis para olhar com atenção como vai a nossa saúde mental. 


• As pessoas que estão passando por um momento de maior dificuldade, costumam apresentar sintomas?

Devemos estar atentos nas pessoas que demonstram de alguma maneira que não estão bem. É importante pensar se há ou não o reconhecimento do sofrimento psíquico. Quando alguém está triste, se isola, não interage muito ou está extremamente irritado com as coisas, podem ser sinais de que esta pessoa está sofrendo. Neste momento, não necessariamente vamos sair dando um nome ao que ela tem, pois é necessário entender o que está se passando para que essa pessoa esteja assim. Para isso é preciso abrir um espaço para escutar esse sujeito e buscar junto dele o motivo de estar se mostrando assim. 

Há muitas pessoas que pesquisam na internet, escrevem o que sentem e encontram um suposto diagnóstico. Dessa maneira sabem e falam mais de uma doença, do que de si próprias. Se não houver o reconhecimento do outro, dos sinais que essa pessoa está tentando demonstrar, isso pode gerar mais sofrimento. Hoje é muito comum que haja uma patologização do sofrimento, ou seja, quando se está triste, muitas pessoas já consideram uma depressão. Depressão é algo muito sério, que precisa ser diagnosticado e requer um tratamento. Precisamos saber diferenciar o que é uma tristeza, de uma situação esperada, para o que de fato seja um caso de depressão. É necessário abrir espaços para escutar o sujeito e avaliar cuidadosamente para compreendermos o que se passa com ele.


• Nesse sentido, quando devemos buscar ajuda? 

Geralmente, o que faz a pessoa buscar ajuda é o sofrimento. Quando alguém sente que está sofrendo, que não está dando conta da vida sozinho, que está tendo entraves ou está se atrapalhando. Às vezes têm lapsos, atos falhos, sonhos que incomodam, que deixam a pessoa inquieta e de alguma maneira isso diz que tem alguma coisa que precisa ser examinada melhor. Em alguns casos a pessoa não acha uma razão racional, pois podem haver questões que não estejam no nível da consciência. Existem outros aspectos que podem estar interferindo e atrapalhando essa pessoa, os quais podem ser inconscientes. Então, geralmente, a busca por ajuda é quando ela sente que precisa conversar com alguém, porque não está conseguindo dar conta sozinha. Isso é muito importante e fundamental: que a pessoa queira e busque ajuda por vontade própria.

Coordenadora do Serviço de Psicologia Clínica Hospitalar da Unidade Uruguai do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, Gisele Dala Lana (Foto: Divulgação/HSVP)


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