Janeiro Branco alerta para a importância de promover bem-estar psíquico

Falar sobre a saúde mental também requer, muitas vezes, a quebra de tabus no ambiente familiar ou profissional

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As causas do sofrimento emocional são vividas de forma singular por cada um (Foto: FreeImages)As causas do sofrimento emocional são vividas de forma singular por cada um (Foto: FreeImages)
As causas do sofrimento emocional são vividas de forma singular por cada um (Foto: FreeImages)
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Janeiro Branco propõe a abordagem sobre nossas emoções, com um olhar além da doença e com foco também na qualidade de vida. A psicóloga da Unidade de Saúde Mental do Hospital de Clínicas (HC) de Passo Fundo, Elsa Tallamini enfatiza que o cuidado integral é importante para a saúde total do indivíduo.  

“A campanha Janeiro Branco tem como propósito o olhar sobre metas de saúde mental. Janeiro já é emblemático por ser início de um novo ciclo e gera a construção de vários propósitos. Esta campanha nos convoca a um cuidado integral, a podermos olhar para nossa saúde física e mental. Precisamos agregar qualidade de vida aos nossos dias.” destaca Elsa.  

Falar sobre a saúde mental também requer, muitas vezes, a quebra de tabus no ambiente familiar ou profissional. “O adoecimento mental muitas vezes é negligenciado pela dificuldade e pelo preconceito que se carrega diante dos transtornos. Precisamos pensar como nosso dia a dia está acontecendo e como priorizamos nosso bem-estar.” explica a psicóloga.


Então, o que é a saúde mental?

“Nós precisamos olhar nossa saúde de forma global. Muitas vezes, só pensamos nela quando adoecemos. A saúde mental não pressupõe doença, mas sim um estilo de vida. Temos que ter em mente a importância de cuidados que passam pela nossa saúde física, pela nossa saúde social e pela nossa saúde emocional. Temos que tê-la como uma pauta constante ao longo de todo o ano, deve ser uma prioridade da população” orienta a psicóloga do HCPF, Elsa Tallamini.


O impacto da pandemia  

Há cerca de dois anos as condições de trabalho e relacionamento social foram alteradas abruptamente pela pandemia. De acordo com a psicóloga, as causas do sofrimento emocional foram vividas de forma singular por cada um.  

“Este é um processo que vai nos acompanhar ao longo do tempo, mas é importante ter claro que o adoecimento é um processo individual. O meio social tem uma responsabilidade, mas como enfrentávamos situações adversas anteriormente vai representar como viveremos agora. O afastamento, o distanciamento das pessoas que nos são queridas geram prejuízos emocionais, principalmente fatores de estresse.” 

A forma como lidamos com estes desafios têm como bases construções anteriores, que ficam evidentes em diversas situações de impacto emocional, entre elas, a pandemia. “Responsabilizar a pandemia por nossos processos emocionais é simplificar. Precisamos entender que vamos enfrentar qualquer momento de maior estresse com os recursos que temos. Por isso o cuidado com a saúde mental é tão importante e deve ser contínuo, pois será evidenciado nesse momento.” pontua Elsa.


O papel do tratamento especializado 

Distinguir o papel das pessoas próximas no acolhimento e do tratamento especializado, realizado por um profissional, para o tratamento efetivo é fundamental para enfrentar situações de adoecimento mental. “É importante também sabermos que as buscas devem acontecer junto à profissionais especializados. Muitas vezes entendemos que esta responsabilidade é da família, do amigo, e isso não é uma verdade. Família e amigos não têm papel de tratamento e, muitas vezes acabamos encarando uma simples conversa, um desabafo como tal. O psicólogo e o psiquiatra são os profissionais que tem a condição de avaliar o quanto aquele indivíduo está impactado e quais são os recursos terapêuticos que ele vai demandar.” esclarece.  


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