O câncer de colo de útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (exceto o câncer de pele não melanoma) e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. A principal causa do câncer do colo do útero é a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). Por isso, a importância da utilização de preservativos, a realização do exame Papanicolau e, especialmente, a vacinação contra o HPV, que está disponível no SUS para meninas e meninos. Nesse sentido, a campanha Janeiro Verde enfatiza a prevenção do câncer de colo de útero.
Exame Papanicolau
São mais de 16 mil novos casos de câncer de colo de útero por ano e cerca de 6,5 mil mortes (Inca). Por ser o câncer ginecológico que mais acomete as mulheres, é importante ressaltar o diagnóstico precoce por meio do exame Papanicolau, que deve ser feito periodicamente pelas mulheres a partir dos 25 anos, mesmo vacinadas contra o HPV. O exame também está disponível em postos e unidades de saúde da rede pública. “Ele é capaz de diagnosticar lesões pré-cancerosas e o câncer inicial, o que permite tratamentos curativos. Aonde ele foi largamente e sistematicamente implantado houve importante redução na mortalidade pelo câncer de colo do útero. No Brasil, as regiões de melhor acesso aos serviços de saúde e com maior número de exames por habitante têm menor mortalidade”, enfatiza o oncologista do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alvaro Machado.
Vacina contra o HPV
O HPV é o principal causador deste câncer e de outros, como o de pênis, vagina, ânus, vulva e garganta. O contágio ocorre por via sexual, preferencialmente. A utilização de preservativos diminui o risco de contaminação, mas a principal forma de prevenção é a vacina contra o HPV. “A vacina previne o desenvolvimento da infecção pelo vírus e, por consequência, o câncer decorrente dele. Em países onde a vacina contra o HPV já é rotina há anos, a incidência dos cânceres relacionados ao HPV foi reduzida drasticamente. Num futuro breve poderemos eliminar os cânceres decorrentes do HPV, no Brasil e no mundo. A campanha é mundial, liderada pela OMS, e no Brasil pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e Grupo EVA (Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos), entre outras entidades”, salienta Machado.
A vacina está disponível gratuitamente na rede pública para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina tem uma eficácia muito maior quando os jovens ainda não entraram em contato com o vírus. Ela também está disponível para mulheres com até 45 anos e homens com até 26 anos que vivem com HIV, que receberam um transplante ou têm câncer.
Atenção aos sintomas
O câncer de colo de útero é silencioso, ou seja, pode não apresentar sintomas na fase inicial. Caso não seja combatido, sintomas como sangramento no ato sexual ou fora do período menstrual, dor durante o ato sexual, verrugas ou feridas no colo do útero podem aparecer. Dor pélvica, anemia, insuficiência renal, sangramento anal ou urina com conteúdo intestinal são sinais de doença avançada.
Novidades no tratamento: imunoterapia
O tratamento deve ser orientado e avaliado por médico especialista e depende do estágio da doença e condições clínicas do paciente. Entre as abordagens mais comuns estão: a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. Uma das novidades no tratamento é a imunoterapia, medicamentos que ajudam as defesas do corpo a detectar e combater o tumor. “No tratamento desta neoplasia, temos avançado bastante nos últimos anos. A imunoterapia é a grande novidade, trazendo melhores resultados terapêuticos e melhor qualidade de vida ao paciente”, destaca o oncologista.