Entre 2020 e 2021, período da pandemia de coronavírus, o Rio Grande do Sul teve o segundo menor excesso proporcional de óbitos do país, ficando atrás apenas do Piauí. A informação foi apresentada na terça-feira (8), durante reunião do Gabinete de Crise, que elaborou o levantamento a partir de dados obtidos em parceria com a Vital Strategies e a Impulso.
O excesso de óbitos busca identificar o diferencial do número de óbitos por causas naturais durante a pandemia em comparação com os óbitos esperados para o mesmo período. “Para cada Estado, analisando a quantidade de óbitos que ocorriam antes da pandemia por causas naturais, se traçou o esperado de óbitos para o período. No caso do Rio Grande do Sul, o número de óbitos que ocorreu foi 24,2% acima do esperado. No Brasil, foi 34,5%, e no Amazonas, que foi o Estado com a maior excesso, por exemplo, os óbitos ficaram 66,5% acima do esperado”, explica Pedro Zuanazzi, diretor do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
O excesso proporcional de óbitos leva em consideração as diferenças populacionais de gênero e pirâmide etária, além de suplantar o problema da subnotificação. Zuanazzi destaca que o acompanhamento desse dado é importante porque corrige uma série de distorções que podem ocorrer entre os Estados ao se analisar apenas a taxa de mortalidade por Covid-19.
O Rio Grande do Sul apresenta atualmente a 12ª maior taxa de mortalidade por Covid-19 entre os Estados. No entanto, apresenta apenas o segundo menor excesso proporcional de óbitos do Brasil. Ao longo de 2020, o RS apresentou o menor excesso proporcional de óbitos do país (10%).
Com o agravamento da pandemia no início de 2021, elevaram-se substancialmente os óbitos. Mesmo assim, o Estado fechou 2021 com o 10º menor excesso proporcional de óbitos do país (36,4%). Nos últimos dois anos, o Rio Grande do Sul teve o menor excesso da região sul e, no acumulado da pandemia, apresenta a segunda menor taxa do Brasil.