O aumento nos casos de dengue tem feito ressoar um alerta em todo o Rio Grande do Sul. Na 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (6ª CRS), o município que causa maior preocupação é Carazinho, onde os exames positivos da doença apresentaram um salto na última semana. De acordo com a Vigilância Sanitária do município, o último dado atualizado da pasta mostra que mais de 430 casos de dengue foram registrados em Carazinho até o momento. Além disso, quase 400 casos suspeitos ainda aguardam análise.
No município de Passo Fundo, os números são considerados menos alarmantes. De acordo com a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde, Ivânia Silvestrin, são quatro casos importados confirmados no município até o momento. Outros 20 exames coletados, considerados suspeitos da doença, aguardam análise do Estado.
O índice mostra uma mudança no padrão de transmissão da doença em Passo Fundo em comparação com o ano passado, quando em período similar de 2021 já haviam sido registrados quatro casos autóctones de dengue, ou seja, que haviam sido contraídos dentro do próprio município. “Neste ano, as pessoas estão adquirindo a dengue em outros municípios que têm casos confirmados e retornando para cá com o vírus”, observa.
De acordo com o painel de Monitoramento de Arboviroses no Rio Grande do Sul, com dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES), até o momento, mais de 7,9 mil casos de dengue já foram confirmados no Rio Grande do Sul somente neste ano. Destes, 6,9 mil são autóctones. Há ainda mais de 20 mil casos em análise. O número já é superior às ocorrências registradas no mesmo período de 2021.
Total de óbitos por dengue sobe para cinco no Rio Grande do Sul
A Secretaria da Saúde (SES) confirmou, na última semana, mais quatro óbitos por dengue no Rio Grande do Sul. Com os novos registros, o total de mortes causadas pela doença passou para cinco neste ano.
As últimas mortes confirmadas aconteceram com moradores de Cristal do Sul (mulher, 85 anos), Horizontina (mulher, 70 anos), Jaboticaba (mulher, 73 anos) e Igrejinha (homem, 79 anos). Os óbitos ocorreram entre os dias 19 de março e 3 de abril. Antes desses, já havia sido confirmada a morte de uma idosa de 76 anos residente de Chapada, em 9 de março.
Ano passado, ao todo, o Rio Grande do Sul registrou 11 óbitos pela doença. Contudo, considerando o mesmo período (primeiras 13 semanas do ano), foram três óbitos em 2021 contra os cinco que já tiveram resultado positivo em 2022.
Mais de 80% dos municípios gaúchos estão infestados pelo Aedes aegypti
O Rio Grande do Sul possui, neste momento, 441 municípios considerados infestados pelo Aedes aegypti — incluindo Passo Fundo e Carazinho —, o que equivale a 88,7% das cidades gaúchas. É o maior número de cidades nessa situação na série histórica do monitoramento, realizado desde 2000. O expressivo número de casos e a larga distribuição do inseto pelo Rio Grande do Sul levam a SES a reforçar junto à população as medidas de prevenção. A principal ação é a eliminação de locais com água parada, que servem de pontos para o desenvolvimento das larvas do mosquito. Essa proliferação acontece em maior volume nesta época do ano, que alia temperaturas altas com chuvas mais recorrentes.