Na última semana, o Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, realizou pela primeira vez no Rio Grande do Sul uma cirurgia de ablação e fixação percutânea de uma paciente com tumor ósseo. O método, bastante utilizado na França e nos Estados Unidos, tem como público alvo pessoas com diagnósticos de metástase (mamas, pulmões, rins ou cólon) ou mieloma múltiplo (câncer de um tipo de células da medula óssea). Geralmente, são casos em acompanhamento médico que têm altas doses de medicações, efeitos colaterais e dores, mas sem nenhuma outra indicação de tratamento.
O Dr. Guilherme Gomes, especialista em radiologia intervencionista do HSVP, explica que essa técnica é minimamente invasiva e busca evitar a progressão da lesão e reduzir a possibilidade de fraturas. “A grande vantagem de utilizarmos a ablação é que o procedimento é feito através de uma pequena incisão na pele e, com a ajuda da tomografia computadorizada somos guiados por imagens, conseguimos utilizar agulhas para destruir as lesões e fixar implantes de pinos que ajudam na recuperação do paciente. O método está em expansão mundial e foi pouquíssimas vezes aplicado no Brasil, por isso estamos felizes pelo pioneirismo no Estado”.
O especialista do HSVP foi acompanhado pelo Dr. Bernardo Caetano da Silva Rodrigues, do Hospital Federal de Ipanema, que veio do Rio de Janeiro especialmente para participar do procedimento cirúrgico. O radiologista intervencionista disse que a técnica de ablação tem apresentado resultados positivos para o controle do câncer no mundo. “Além da prevenção de fraturas, ameniza a dor física de quem enfrenta o tratamento de metástases ósseas funcionando como um cuidado paliativo. Um outro benefício observado é a rápida melhora do paciente, em questão de horas ou no máximo no dia seguinte ele já está em casa com a família”.