Índice de infestação do mosquito Aedes aegypti sobe para 3,6% em Passo Fundo

Levantamento indica risco médio para epidemia de dengue no município

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Bairro Petrópolis é, atualmente, o local com maior número de focos positivos do Aedes aegypti. (Foto: Fiocruz Imagens)Bairro Petrópolis é, atualmente, o local com maior número de focos positivos do Aedes aegypti. (Foto: Fiocruz Imagens)
Bairro Petrópolis é, atualmente, o local com maior número de focos positivos do Aedes aegypti. (Foto: Fiocruz Imagens)
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A incidência do mosquito transmissor de doenças como a dengue, zika vírus e chikungunya voltou a crescer em Passo Fundo. De acordo com o novo Levantamento Rápido de Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), realizado pelas equipe da Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde entre os dias 18 e 27 de abril, atualmente, o município apresenta um índice de infestação do mosquito de 3,6%. Isto significa que, a cada cem residências passo-fundenses, 3,6 possuem a presença de larvas do inseto.

Conforme a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental, Ivânia Silvestrin, o percentual obtido através do balanço aponta um risco médio para a epidemia de dengue no município e chama atenção, especialmente, quando comparado com o levantamento anterior, divulgado em janeiro deste ano, quando o município apresentava um indicador de 1,3% para a presença do mosquito em residências locais. O resultado também é superior ao mesmo período do ano passado, época em que o índice de infestação não chegava a 2%. “Mesmo o patamar atual não sendo de risco alta de epidemia, ele ainda é preocupante para nós, porque continuamos entre os municípios gaúchos infestados pelo Aedes aegypti e com casos positivos de dengue. Felizmente, a tendência histórica é que a infestação do vetor diminua daqui para a frente, mas ainda não é uma situação confortável”, analisa a especialista.

Durante a pesquisa, os agentes de combate às endemias e agentes comunitários de saúde averiguaram quase três mil imóveis. Segundo Ivânia, os responsáveis constataram a presença do mosquito em grande parte dos bairros da cidade. “O bairro Petrópolis lidera entre os lugares com infestados. Foi onde capturamos o maior número de focos positivos”, ela destaca. Em seguida, aparecem os bairros São Cristóvão, São José, Integração, Centro, Santa Marta. Em menor quantidade, mas ainda com larvas positivas, figuram também os bairros São Luiz Gonzaga, Vera Cruz, Victor Issler, Vila Luiza, Vila Mattos, Valinhos, Zacchia, Boqueirão e Morada Além do Horizonte. “De modo geral, aqui na cidade, os pneus são um dos principais espaços de criadouros do mosquito em potencial”, ressalta ainda a responsável pelo núcleo. De acordo com ela, ao menos 40% dos focos de larvas do mosquito estavam dentro de pneus com água parada.


Casos positivos crescem na região, mas permanecem estáveis no município

Apesar do salto no índice de infestação, a boa notícia é que o número de casos positivos de dengue manteve-se estável em Passo Fundo nas últimas semanas. Conforme dados do Núcleo de Vigilância Ambiental, desde o início do ano, quatro casos importados de dengue foram confirmados no município e outros 50 aguardam análise do Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul. O cenário se distingue do observado em outras cidades da região, como Carazinho, onde mais de 500 casos autóctones foram registrados somente neste ano. No Rio Grande do Sul, o total de confirmados já passa de 16 mil, segundo o painel de monitoramento das arboviroses do governo estadual. O número de casos contraídos dentro do Estado (chamados de autóctones), de 13,3 mil, é o maior em um ano.


Rio Grande do Sul chega a 13 óbitos por dengue no ano

Com o crescimento de resultados positivos para dengue, cresce também o número de mortes pela doença no Rio Grande do Sul. A Secretaria Estadual da Saúde confirmou, nessa terça-feira (3), mais um óbito em decorrência da dengue em território gaúcho, chegando ao total de 13 mortes neste ano — maior volume já registrado na série histórica. O último óbito foi registrado no município de Rondinha. As demais mortes já confirmadas ocorreram em Horizontina (2), Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Cachoeira do Sul, Lajeado, Chapada, Cristal do Sul, Igrejinha, Dois Irmãos, Boa Vista do Buricá e Jaboticaba. No ano passado, o Rio Grande do Sul registrou um total de 11 óbitos pela doença. Em 2020, foram seis. 

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