O município de Passo Fundo registrou, até o momento, 21 casos confirmados de dengue neste ano. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, entre os casos positivos, dez são de moradores que foram contaminados pelo mosquito Aedes aegypti dentro do próprio município. A maior parte dos infectados de forma autóctone reside nos bairros Petrópolis e Boqueirão. O restante dos casos confirmados é considerado importado, uma vez que esses moradores foram picados pelo mosquito transmissor da doença enquanto visitavam outros municípios.
Além dos 21 casos que receberam resultado positivo para o vírus, segundo o painel de monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde, outros 62 quadros suspeitos ainda aguardam análise do Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul. Embora a situação observada em Passo Fundo não seja tão grave quanto em outras localidades da região — como em Carazinho, onde o total de confirmados já ultrapassa a marca de 1,2 mil —, a alta nos casos ainda exige atenção.
Conforme apontou o último Levantamento Rápido de Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), realizado no fim de abril pelas equipes da Vigilância Ambiental, Passo Fundo permanece entre os 446 municípios gaúchos infestados pelo Aedes aegypti, com um índice de infestação do mosquito de 3,6%, caracterizando risco médio para epidemia de dengue.
Bloqueio de transmissão viral
Conforme explica a chefe do núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde, Ivânia Silvestrin, a pasta tem feito um trabalho de bloqueio de transmissão viral nos bairros em que há a confirmação de novos casos autóctones, com o intuito de frear as infecções pela doença. “Nós visitamos um raio de 150 metros em volta do endereço dos suspeitos ou confirmados, justamente para eliminar qualquer foco do mosquito adulto e de larvas positivas. Nós também coletamos uma amostra de todos esses reservatórios e enviamos para o nosso laboratório analisar se são focos positivos ou não. Se for positivo, a gente realiza ainda uma pulverização nos endereços”, explica.
A maior dificuldade enfrentada pelas equipes nas últimas semanas, ainda segundo Ivânia, tem sido o tempo instável. “Nós temos vários endereços para realizar a pulverização de focos positivos, mas o tempo não tem ajudado. Aplicar o inseticida com umidade não tem eficácia. Então estamos torcendo para que o tempo colabore nos próximos dias”, comenta.
Número de mortes por dengue sobe para 45 no Rio Grande do Sul
A Secretaria Estadual da Saúde atualizou, na terça-feira (31), os dados de dengue no Estado com mais sete óbitos pela doença no ano, totalizando 45 mortes entre os mais de 32 mil casos registrados no Rio Grande do Sul. Os últimos óbitos registrados foram confirmados em residentes de Porto Alegre, Boa Vista do Buricá, Jaboticaba, Lajeado, Putinga e Rondinha (dois novos).
Ainda conforme o acompanhamento da SES, até a tarde dessa quinta-feira (2), 46 pessoas estavam internadas no Rio Grande do Sul em decorrência da dengue. Destas, nove estavam em leitos de UTI (sete adultos e duas crianças) e 37 em leitos clínicos (34 adultos e três crianças). Os dados mostram uma queda expressiva no número de hospitalizados nos últimos sete dias, com 82 internações a menos do que o registrado em 25 de maio.