DERMATOLOGIA: Celulite - Conhecimento além dos mitos

A consulta ao médico dermatologista é indispensável antes de iniciar qualquer tratamento

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Aquelas indesejadas irregularidades na pele, principalmente das coxas e glúteos, que resultam em uma aparência semelhante à casca de laranja acometem quase 100% das mulheres, em alguma fase da vida. Em alguns casos, há áreas deprimidas (os famosos “furinhos” da celulite), que são visíveis inclusive através da roupa. Nas redes sociais e nos grupos de conversa sobram dicas de como combatê-las e como deixar o corpo mais bonito. A maioria dessas dicas, porém, são de eficácia duvidosa, quando não perigosas. “A celulite é uma alteração cutânea multifatorial, ou seja, não há uma causa única. Fatores anatômicos, como as diferenças na estrutura do tecido subcutâneo entre homens e mulheres, e a perda de sustentação da pele que ocorre com o envelhecimento são algumas das causas mais importantes”, explica a dermatologista e vice-presidente da SBD-RS, Rosemarie Mazzuco.


Homens

O fato de homens terem menos celulite do que mulheres tem base científica. Isso acontece, segundo a médica, porque a configuração dos lóbulos de gordura no tecido subcutâneo é diferente entre os sexos. Nos homens, esses lóbulos são menores, mais compactos e com formato triangular, permitindo menos acúmulo de gordura em cada lóbulo. Nas mulheres, o tecido é mais frouxo, com lóbulos maiores e mais ricos em gordura.


Como tratar

Alguns hábitos de vida podem desencadear ou piorar a celulite, dente eles o aumento de peso e o inchaço tecidual, decorrente de problemas circulatórios. Por isso, a perda de peso, a diminuição da retenção de líquidos e alguns procedimentos simples como a drenagem linfática podem melhorar o aspecto irregular da pele. “Quando existem depressões mais profundas, essas costumam ser causadas pelos chamados septos de tecido conjuntivo, que ligam os músculos mais profundos à pele, tracionando a superfície desta para baixo. Nesses casos, é necessário que se faça a secção (corte) desses septos, procedimento que é chamado de Subcision”, explica a dermatologista.


Cremes e cintas

O uso de cremes já se mostrou ineficaz no tratamento da celulite. “É muito difícil que algum creme chegue ao tecido subcutâneo, camada onde ocorrem as alterações principais da celulite, porque a pele é uma barreira natural à entrada de substâncias no corpo. O que o creme pode fazer é apenas deixar a pele mais macia e com um viço melhor”, esclarece a médica. Cintas e bermudas de compressão podem ser úteis porque diminuem o edema e o inchaço.


Ultrassom e laser

Os tratamentos mais eficazes e com efeito mais rápido incluem o uso de tecnologias como o ultrassom macro e microfocado, a radiofrequência, alguns tipos de laser e as ondas acústicas. A abordagem mais moderna no tratamento da celulite é a associação dessas tecnologias, da Subcision e de tratamentos injetáveis, como os bioestimuladores. “A maioria dos procedimentos que diminuem a quantidade de gordura no subcutâneo e também os que estimulam a produção de colágeno na pele irão impactar positivamente na celulite”, finaliza Rosemarie.

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