O mês de agosto reforça a importância da amamentação para o vínculo entre a mãe e o bebê e também para a saúde de ambos, prática orientada e estimulada pela equipe do Serviço de Maternidade do Hospital de Clínicas (HC) de Passo Fundo. "O aleitamento materno é uma estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para redução das doenças da infância. Na maternidade, após o nascimento do bebê, é estimulado o contato pele a pele e a amamentação assim que possível, a depender do estado de cada bebê e da mãe. Procuramos viabilizar as condições necessárias para o seu sucesso, orientamos e damos suporte à família em todas as etapas do processo", destaca a enfermeira do Hospital de Clínicas, Ana Luisa Orio.
Apoio multiprofissional
Os profissionais da área da saúde têm um papel fundamental para a orientação e esclarecimento das mães. "No Hospital de Clínicas, contamos com a Residência Multiprofissional na área Materno Infantil e Neonatologia, composta pelas áreas de enfermagem, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, serviço social e psicologia, que atuam diariamente com as famílias internadas, intensificando ações de esclarecimento, apoio, auxílio, e acompanhamento no complexo processo do amamentar, além de sensibilizar e capacitar os demais profissionais que integram as equipes. O perfil de gestantes, parturientes e bebês do HC são de alto risco, com doenças crônicas/congênitas. Sendo assim, o nosso trabalho encontra diversos desafios e, por vezes, o aleitamento materno exclusivo nem sempre é uma opção. Porém, incentivamos, protegemos e auxiliamos sempre que possível e desejado pela mãe."
Descobertas
A maternidade também é um processo de descoberta e este caminho é trilhado de forma única por cada mãe e bebê. Por isso, a rede de apoio familiar e profissional cumpre um papel importante nesta fase, conforme destaca a enfermeira Ana Luisa Orio. "Para o sucesso da amamentação é fundamental ter ajuda. Não é fácil! Não é instintivo! O bebê não nasce sabendo e nem a mãe! É importante que desde o pré-Natal as famílias sejam encorajadas a buscar conhecimento e ajuda e que recebam de fato orientações sobre a melhor forma de alimentar o seu bebê, como orientações sobre posicionamento, pega correta, tempo das mamadas, esvaziamento das mamas, vantagens do aleitamento materno, a não oferta de qualquer outro alimento que não seja o leite materno, a não oferta de bicos ou mamadeiras, orientação nutricionais para a lactante, a importância da rede de apoio e de conhecer seus direitos, além do esclarecimento de mitos e verdades que provocam medo e anseio nas futuras mamães", explica.
Benefícios coletivos
Os impactos positivos da amamentação impactam não apenas a família, mas também a sociedade, conforme explica a enfermeira da Maternidade do HCPF. "Conforme Cesar Victora, renomado epidemiologista gaúcho/brasileiro, especialista em nutrição e saúde materno-infantil, os benefícios resultantes do aleitamento materno para a criança e a mãe são conhecidos e comprovados cientificamente. O valor nutricional, a proteção imunológica e o menor risco de contaminação contribuem para a redução da morbimortalidade infantil por diarreia e por infecção respiratória; a amamentação também pode proteger contra o excesso de peso e diabetes. Promove, ainda, adequado desenvolvimento da cavidade oral, resultado do exercício que a criança faz para retirar o leite da mama. Há também evidências de que a amamentação está associada ao melhor desempenho em teste de inteligência, repercutindo em maiores níveis de escolaridade e maior renda na idade adulta", esclarece.
O impacto do aleitamento para a mãe
"A mãe, por sua vez, ao amamentar, promove a aceleração da involução uterina reduzindo o sangramento pós-parto, amplia o tempo entre as gestações e partos e reduz a probabilidade de alguns tipos de cânceres de mama e de ovário, como também o desenvolvimento de diabetes. Para o binômio mãe-bebê, o aleitamento materno configura-se como oportunidade de interação contribuindo para o estabelecimento de vínculos afetivos que resultam em maior segurança para a mãe e promoção do desenvolvimento afetivo-emocional e social da criança. O leite materno é um “alimento natural e renovável”, possuindo sustentabilidade ambiental, produzido e entregue diretamente ao lactente sem causar poluição, sem embalagens, nem desperdícios. Dessa forma, a amamentação também promove benefícios de ordem econômica para as famílias e sociedade”, explica Ana Luisa.