A nova onda de contágios por coronavírus, responsável por aumentar em 386% o número de testes positivos na última semana em Passo Fundo, voltou a preocupar as autoridades sanitárias locais, que não descartam a retomada do uso de máscara de proteção em ambientes fechados e no transporte coletivo urbano.
Conforme mencionou a secretária municipal de Saúde, Cristine Pilati, a circulação da subvariante BQ.1 é tida como a principal hipótese para as crescentes notificações de novas infecções entre os passo-fundenses. “Provavelmente essa cepa já esteja, sim, circulando no nosso município porque, no dia 6 de novembro, tivemos casos positivos no Rio Grande do Sul. Agora, a maioria dos testes são antígenos e não PCR. Não temos isolamento da cepa por PCR”, mencionou ao explicar sobre o quantitativo de amostras coletadas para a detecção da sublinhagem da variante ômicron.
Apesar de não haver ainda evidências científicas que comprovem um quadro mais severo da doença entre os pacientes contaminados com a nova mutação, a BQ.1 tem mostrado elevada capacidade de transmissão comparada às outras sublinhagens do coronavírus e tem sido relacionada como causa para o aumento de casos em diversos países da Europa, China e América do Norte. "Falando de coronavírus, temos uma incerteza de como ele vai se comportar. Nós temos uma parcela da população sem o reforço da vacina, de terceira e quarta dose, o que preocupa em populações vulneráveis, especialmente pacientes com doenças crônicas”, ponderou Cristine.
Mesmo com o esforço conjunto dos profissionais de saúde de Passo Fundo, o quantitativo de doses adicionais aplicadas nos passo-fundenses apresenta uma tendência decrescente, segundo mostra o painel de vacinação atualizado na segunda-feira (21) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Dos mais de 182,2 mil munícipes imunizados com a primeira dose, apenas 99,3 mil retornaram para a terceira injeção, enquanto 32,1 mil receberam uma quarta aplicação. “Para as outras cepas não resta a menor dúvida de que a vacina foi determinante para a não evolução para a gravidade”, destacou a titular da pasta municipal de saúde.
Ainda que as novas notificações de contaminação pela covid-19, no município, não tenham se refletido em internações hospitalares, Cristine mencionou que a Secretaria Municipal de Saúde monitora a evolução nos contágios podendo, inclusive, sugerir a retomada do uso de máscara em ambientes fechados e, sobretudo, no transporte coletivo urbano. “Este é um debate que teremos na próxima semana já. Vamos observar os casos até quarta-feira (23) e discutir internamente na equipe de gestão, mas há a possibilidade desse retorno, principalmente em transporte público. Esta, acredito, vai ser a grande discussão dos próximos dias”, afirmou a secretária. “De 30 casos, no dia 13, aumentamos para 146 ontem (20)”, disse.
Vacinação
Ao reforçar as orientações de proteção individual, repetidas “como mantra” desde o início da crise sanitária, como citou Cristine, a secretária de Saúde de Passo Fundo lembrou que a vacinação contra o coronavírus foi ampliada aos bebês de seis meses até os pequenos com três anos incompletos.
Desde segunda-feira (21), as aplicações começaram a ser realizadas exclusivamente na Central de Vacinas, das 8h às 16h, sem intervalo ao meio-dia, como resposta à baixa procura para o público com comorbidades desta faixa etária.
