Pandemia assistencial? Doença que se instala na sociedade pede um novo olhar

Artigo: Cláudia Ferrão

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Começamos na década passada a conviver com a tecnologia na palma da mão, isto gerou ganhos imensos ao mundo, quem poderia imaginar que conversaríamos com nossos familiares, amigos ou desconhecidos via online? As nossas avós pagaram uma quantia significativa para ter um aparelho de telefone de discar, elas não acreditariam que uma criança de três anos, nos dias de hoje, executaria joguinhos no celular dos pais. Quantas coisas ficando à margem com toda esta tecnologia!


Nova rotina

As visitas familiares que eram regulares, onde se compartilhava o domingo em família, os programas de ir para uma sorveteria, com amigos pra colocar as novidades em dia, hoje vivenciamos uma realidade cada vez mais distante daquela que tínhamos! Em segundos se passa watts nos grupos familiares ou de amigos, onde todos já ficam informados sabendo quem morreu, quem nasceu, quem está desempregado, quem está namorando quem e tantas coisas mais... As novidades voam numa velocidade assustadora! Sair pra uma caminhada ou almoçar num restaurante, se tornou normal, ver uma família de quatro pessoas comendo, cada uma conectada ao seu celular, totalmente alienados ao que os rodeia.


Falta de afeto

Sendo assim, os consultórios psicológicos, psiquiátricos ficam abarrotados de pacientes, os casamentos desfeitos por falta de afeto, um afeto que a tela do celular não supre, doenças gritando na cara da sociedade, como o aumento do consumo de droga - todos os tipos de drogas - hoje quem não usa algo? Ou faz uso de álcool “apenas” nos finais de semana, ou toma um antidepressivo? Um “anti” alguma coisa? Palestras motivacionais, consultas, mais remédios... Nada supre a geração cristal que entrou em surto coletivo tecnológico, impactante e assustador, pois somos humanos dependemos do contato humano para nos mantermos em sociedade.


Pandemia

Sem dúvida, a pandemia acelerou o processo de afastamento entre as pessoas, a assistência social, está preparada para atender esta demanda? Trabalhando com equipe mínima na maior parte dos setores públicos, o que dificulta o desempenho profissional qualificado. Precisamos acelerar o processo de evolução, estudar mais, realizar mais cursos, pós graduação, quanto melhor instruídos estivermos, melhor será o trabalho realizado, não “podemos” ser uma classe sucateada que atende uma demanda desta magnitude. Precisamos de um novo olhar para as novas demandas, uma preparação apropriada para realizar o trabalho, pois é sabido que a saúde pública precisa funcionar, de forma eficaz. Para na próxima década, quem sabe, os usuários de álcool, drogas lícitas ou ilícitas sejam vistos como doentes, e não marginais, mentirosos ou surtados.



(*) Cláudia Ferrão é assistente social CRESS 11641, CEO Mídia Social e pós-graduada em gestão pública.

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