“Não podemos perder uma vida por causa de um mosquito"

Passo Fundo registra uma morte e 342 casos confirmados de dengue

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Agentes fiscalizam e orientam sobre o mosquito transmissor da dengue - Foto – Fernando Frazão-Agência BrasilAgentes fiscalizam e orientam sobre o mosquito transmissor da dengue - Foto – Fernando Frazão-Agência Brasil
Agentes fiscalizam e orientam sobre o mosquito transmissor da dengue - Foto – Fernando Frazão-Agência Brasil
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Uma morte ocorreu em Passo Fundo em consequência da dengue. O óbito de uma criança de 10 anos, no sábado (22), teve a causa confirmada na quarta-feira (26), de acordo com resultado de exame no Laboratório Central de Saúde Pública do RS - Lacem. O quadro epidemiológico em Passo Fundo é grave, pois somente neste ano já ocorreram 773 notificações com 342 casos confirmados, além de 194 em investigação, 234 descartados e 3 inconclusivos. De acordo com a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental, enfermeira Ivânia Silvestrin, o foco maior é na Vila Luiza que detém 90% dos casos. “Os demais são de áreas limítrofes com a Luiza, como Lucas Araújo, Centro, Rodrigues e Boqueirão. Também há registros na Petrópolis e São José”, explicou. Seis pessoas estão em internação hospitalar, das quais duas em UTIs. “Infelizmente, somente após uma fatalidade as pessoas estão mais atentas à dengue”. A enfermeira recomenda que aos primeiros sintomas procurem atendimento médico nas redes de saúde pública ou privada.

Dever de casa

A morte de uma criança pela doença teve ampla repercussão e comoção social em Passo Fundo. Ivânia entende que é inadmissível que isso ocorra, “pois é algo prevenível e não podemos perder uma vida por causa de um mosquito”. Há 10 anos à frente da Vigilância Ambiental em Saúde, ela enfatiza a negligência coletiva em manter os cuidados e as recomendações necessárias. “A situação no Rio Grande do Sul é terrível, com óbitos e muitos casos positivos. É necessário que todos cuidem para eliminar focos de água parada. Todos devem fazer o dever de casa. Por exemplo, esvaziar as piscinas do verão (plásticas) e guardar dentro de casa para não acumular água”. Desde janeiro, com os primeiros casos positivos, a Secretaria Municipal da Saúde realiza pulverizações nos quarteirões onde houve registros.

 Sintomas confusos

De acordo com a médica pediatra Luciana Veronese Corazza, é necessário dar muita atenção ao quadro viral. “Todos os sintomas de doenças virais são semelhantes. O comportamento das doenças virais está confundindo muito em casos clínicos entre dengue, covid e influenza. Isso pode ser definido através de exames, hoje disponíveis nos laboratórios de análises clínicas em Passo Fundo. Para a dengue ainda tem um teste rápido”. Enfatiza que sintomas como tosse, coriza, febre e dores no corpo e prostração que persistem por alguns dias exigem mais atenção, indicando a necessidade de procurar um médico. Luciana alerta para a importância dos cuidados em casa “não importa se você mora no centro ou outro local, é fundamental que cada um faça a sua parte”, disse em relação aos cuidados para evitar a proliferação do mosquito da dengue. Diante do quadro atual, classifica a morte de uma criança como uma tragédia. Também diz estar preocupada com a velocidade em que aumenta o número de casos em Passo Fundo. E lembra a responsabilidade coletiva em relação “à higiene e manter as vacinas em dia”.

Principais sintomas da dengue

Os principais sintomas da dengue são febre alta, entre 39°C e 40°C, com duração de dois a sete dias, dor atrás dos olhos, dor de cabeça, no corpo e nas articulações, mal-estar geral, náusea, vômito, diarreia, manchas vermelhas na pele com ou sem coceira. Aos primeiros sinais da doença, as pessoas devem procurar logo por atendimento médico para o diagnóstico oportuno e a eliminação dos riscos de agravamento da doença.

Combate e prevenção

No combate ao Aedes Aegypti, medidas de limpeza para eliminação de criadouros com água nos pátios e quintais das residências e aplicação de inseticida nos municípios são algumas das ações indicadas. Para a proteção individual, a SES orienta peara utilizar mosquiteiros. O uso de repelente também é recomendado para maior proteção individual contra o Aedes aegypti.


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