JUNHO VERMELHO: Salve até quatro vidas em uma hora

Serviço de Hemoterapia do HSVP detalha a importância e o processo da doação de sangue

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Foto: Ana Paula Koenemann – HSVPFoto: Ana Paula Koenemann – HSVP
Foto: Ana Paula Koenemann – HSVP
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Junho é tradicionalmente conhecido como o mês vermelho, porque no dia 14 é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do ato que salva vidas. No Brasil, cerca de 1,6% da população doa sangue regularmente, ou seja, um número irrisório diante do potencial de pessoas que poderiam adotar o hábito de forma periódica. A desinformação, aliada ao medo, é apontada por especialistas da área como uma barreira a ser combatida. O Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo aproveita a campanha nacional para reforçar ações educativas e agradecer aos voluntários. A responsável técnica do Serviço de Hemoterapia, Cristiane da Silva Rodrigues de Araújo, detalha como funciona o processo de doação.


A importância da doação de sangue

O sangue não pode ser fabricado por nenhuma máquina, por isso o doador é considerado um “verdadeiro herói”. Uma doação ajuda até quatro pessoas, pois ela pode ser segmentada para diferentes indicações terapêuticas, como hemácias, plaquetas e plasmas. O gesto de doar nunca foi e jamais será obrigatório. Acreditamos muito na fidelização dos doadores que, inicialmente, vêm para ajudar um conhecido e acabam retornando outras vezes no mesmo ano.


Necessidade por sangue

O Serviço de Hemoterapia do HSVP é referência para o atendimento de casos de alta e média complexidade, em uma região que compreende dois milhões de habitantes. Então, para garantir a segurança dos atendimentos, a nossa necessidade por sangue é tão grande. Para atender a demanda estamos realizando, mensalmente, de 1.500 a 2.000 transfusões. Hoje, contamos com duas formas de doação, através de voluntários e de grupos de amigos e familiares de pacientes, que se organizam para a reposição do sangue.


Controle de estoque

Para os casos de urgência e emergência, como nem sempre sabemos a tipagem do paciente ou não há tempo hábil para testagem, mantemos um número de segurança. Além disso, em procedimentos cirúrgicos de rotina existe uma reserva de sangue que é feita para o caso de haver alguma intercorrência grave. Também possuímos um controle diário, assim os doadores cadastrados são acionados para auxiliar-nos quando está baixo o estoque de bolsas de um tipo sanguíneo específico.


Momento mais crítico

No HSVP o alerta chega quando o nosso estoque atinge o mínimo de 20 bolsas do tipo O-. Neste momento ficamos mais apreensivos e já iniciamos um processo de mobilização dos doadores. Afinal, nos casos de urgência e emergência, quando não se sabe a tipagem da vítima, utilizamos o sangue O- que é o doador universal. Nestas situações, não temos tempo hábil para uma testagem e o paciente precisa receber uma transfusão em 15 minutos.


Distribuição de hemocomponentes

A distribuição das bolsas depende muito das internações e procedimentos, às vezes, é maior para os negativos e outras para os demais tipos. Priorizamos ao máximo que a pessoa com tipagem A+ receba o sangue A+ e assim por diante, por causa disso temos uma pequena reserva de cada tipo sanguíneo. No caso das plaquetas, que têm vida útil de cinco dias, precisamos com frequência desses hemocomponentes para atender a demanda dos pacientes da oncologia e da hematologia.


O processo de doação de sangue


Cristiane da Silva Rodrigues de Araújo explica que, visando a segurança, tanto do doador quanto do receptor, existem alguns critérios de inclusão e exclusão que devem ser observados antes do processo transfusional. A idade é um fator importante, dos 16 aos 69 anos, desde que até os 60 tenha sido feita a primeira doação. Jovens de 16 e 17 anos são muito bem-vindos, mas ainda precisam de autorização dos pais ou responsáveis.

O ciclo do doador dura de 45 minutos a uma hora dentro do Serviço de Hemoterapia. Após identificação, passa pela pré-triagem que verifica o seu peso, sinais vitais e o risco de anemia. Depois, tem a triagem clínica com questionário sobre as condições de saúde e hábitos de vida. A coleta demora de 5 a 12 minutos com a retirada de cerca de 450 ml de sangue. O voluntário finaliza o processo com um lanche e um suco.

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SERVIÇO

Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente

Acesso pela portaria da Radioterapia, pela Rua 15 de Novembro, 485, no 5º andar. Atendimento de segunda a sexta-feira das 8 às 14 horas.

Informações: (54) 3316 4087.

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