Menos vacinas aplicadas, mais mortes registradas. Os reflexos da baixa procura por vacinas contra Influenza reflete nas internações hospitalares e nos óbitos. Segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde, através da Vigilância em Saúde, cinco mortes já foram registradas este ano pela gripe. Além disso, também é elevado o número de internações hospitalares em consequência da doença. No sentido inverso está o fluxo de vacinação contra a Influenza, que este ano não ultrapassou 51% da meta prevista pelas autoridades sanitárias. “A meta seria atingirmos 90% dos grupos prioritários (idosos, crianças, gestantes, profissionais da saúde e segurança etc.), mas a procura vem sendo muito baixa”, explicou a psicóloga Marisa Zanatta, coordenadora da Vigilância em Saúde.
Vacinação prossegue
A 25ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza foi realizada no período de 10 de abril a 31 de maio em todo Brasil. “A campanha terminou, mas ainda temos as vacinas disponíveis nos locais de vacinação, que são todas as unidades de saúde com salas de vacinação. Infelizmente, as pessoas não procuram pela vacina e estamos no inverno, com risco maior de as pessoas adoecerem”, alertou Marisa. Diante desse quadro inusitado em relação aos anos anteriores, “estamos exigindo o atestado de vacina ou um termo de recusa assinado pelos pais para efetivar as matrículas nas escolas”, explicou. Na rede pública de saúde a vacina é gratuita e “pode ser aplicada para todos a partir dos seis anos de idade, e não apenas nos grupos prioritários”. Além disso, a imunização também é disponibilizada na rede particular nos estabelecimentos especializados em vacinação.
Notícias falsas
Marisa Zanatta entende que a procura pela vacinação vem caindo desde 2015, porém de forma mais acentuada nos últimos anos. Esse comportamento coletivo acende uma luz de alerta epidemiológico. “As doenças já erradicadas estão retornando e isso ocorre em consequência da resistência à vacina”. Isso acontece em consequência das fake news. “Com certeza. As notícias falsas contribuem para isso e a população fica com medo e não procura os locais para receber a vacina. São notícias sem credibilidade que influenciam. É bom esclarecer que a vacina vai proteger, evitar que as pessoas adoeçam, tenham internações hospitalares e, ainda, evitar óbitos. A vacina é muito segura, existe há muitos anos”, disse a coordenadora da Vigilância em Saúde de Passo Fundo.
Bivalente contra Covid atinge apenas 11,92% de cobertura
Os números da Secretaria Estadual de Saúde demonstram uma grande queda na imunização contra Covid-19 no Rio Grande do Sul. Com 9.871.890 aplicações da primeira dose e 9.161.062 da segunda, a procura diminuiu com a dose de reforço, a D3 para pouco mais de 7 milhões. A queda maior foi com a dose de reforço D4, com apenas 2.132.020 aplicadas. Em Passo Fundo a situação é ainda pior com a D4, também conhecida por bivalente. “É uma vacina que também protege de outras cepas, como a variante ômicron”. Mesmo assim, apenas 11,92% das pessoas acima de 18 anos de idade foram vacinadas com esse reforço em Passo Fundo.
Queda
“A primeira e segunda dose tiveram boa aceitação, já na terceira e quarta houve uma grande resistência”, disse a psicóloga. Se mais de 183 mil pessoas receberam a primeira dose e 167 mil a segunda, a cobertura caiu para 124 mil no primeiro reforço, a D3. Porém, a bivalente até a semana passada foi aplicada em apenas 22.709 passo-fundenses. “Com as duas primeiras doses a cobertura foi de 85% e agora chegamos a apenas 11,92% com a bivalente”.
Vacinação
A vacinação para Covid-19 prossegue nas unidades de saúde do município. “Quem já fez duas doses anteriores já pode fazer a bivalente. Além da Central de Vacinas (na Uruguai) outras 17 unidades disponibilizam a bivalente contra Covid e também a vacina contra Influenza”, completou Marisa.
LOCAIS DE VACINAÇÃO
(Covid e Influenza)
- Central de Vacinas – Rua Uruguai, 667
- CAIS – São Cristóvão, Petrópolis, Vila Luiza, Hípica e Boqueirão.
- ESF – Nenê Graeff, Zacchia, São José, São Luiz Gonzaga, Santa Marta/Donária, Fátima, Planaltina, São Cristóvão, Adolfo Groth, Jaboticabal, Vila Nova e Parque Farroupilha.