Considerada a primeira causa de morte por câncer nas mulheres brasileiras, o câncer de mama, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) possui dados diferenciados de acordo com a região do Brasil. Exames preventivos são fundamentais para o diagnóstico e sucesso do tratamento.
De acordo com o INCA, as regiões Sul e Sudeste têm as maiores taxas, sendo 12,69 e 12,43 óbitos para cada 100 mil mulheres mortas por câncer de mama. Os dados estão disponíveis no Atlas da Mortalidade publicado em 2022. Ainda segundo o Instituto, no documento “Estimativa 2023 I Incidência de Câncer no Brasil” entre 2023 e 2025 são estimados 73.610 novos casos em mulheres no país, sendo 3.720 no Rio Grande do Sul.
Rosane Turra Treviso, natural de Passo Fundo, tem 55 anos e já enfrentou o câncer de mama por duas vezes. “Tive câncer de mama em 2019, descobri em exames de rotina um nódulo não palpável, por isso eu não sentia absolutamente nada, a partir daí procurei atendimento, a gente fica como toda a mulher, perde o chão, trágicas são as sensações de uma doença que traz um abalo mais psicológico, até porque, ela abala desde o início ao final do tratamento, no pós-tratamento a gente muda completamente”, disse.
Rosane conta que em 2019 realizou uma cirurgia de um quadrante na mama direita com recomendação médica e que depois fez sessões de radioterapia. “Fiz o tratamento e foi tudo bem. Dois anos e meio depois, descobri novamente um câncer na mesma mama, tive que fazer a mastectomia bilateral que foi bastante impactante para mim, o câncer é uma doença difícil de lidar, tem muito o pensamento de morte, a gente fica muito abalado, a cirurgia de construção é a solução, mas junto com isso fiz quimioterapia perdi o cabelo, o resto da minha vaidade, mexeu muito comigo, o tratamento causa bastante enjoo e náuseas, são dias difíceis. Em fevereiro de 2022 fiz a cirurgia e depois fiz a quimioterapia que se estendeu até maio de 2023. Passei o inverno inteiro me resguardando e graças a deus deu tudo certo, já retornei ao trabalho”, conta.
AAPECAN
A Associação de Apoio de Pessoas com Câncer (AAPECAN) completou cinco anos de atuação em Passo Fundo, mas a entidade já existe há 18 anos no Rio Grande do Sul. “A AAPECAN conta com 15 casas espalhadas pelo estado, desenvolvendo o trabalho com assistência social, de apoio e de prevenção ao câncer”, contou o coordenador da AAPECAN Passo Fundo, Guilherme Guido.
A entidade oferece oficinas terapêuticas, como de artesanato, pintura de pano de prato, yoga, fisioterapia, sendo que todos os profissionais que atuam são voluntários. “Nós fizemos um cadastro e a partir daí ele consegue fazer uso do benefício da AAPECAN, entre os benefícios estão a cesta básica, suplementação, dietas, fraldas, temos também apoio psicológico que é bem importante não só para o paciente, mas também para os familiares que dão apoio, enfim para a rede inteira dessa pessoa”, explicou.
Rosane conta que os atendimentos recebidos na entidade foram importantes para ela. “O atendimento na AAPECAN é maravilhoso porque é uma casa que se abre, te acolhe, te dão amparo, amor tudo o que a gente precisa nesse momento de vulnerabilidade então só tenho a agradecer aos profissionais da AAPECAN porque a gente recebe um acolhimento muito importante nessa instituição”, conta Rosane que agora que está melhor, já atua também como voluntária na entidade, ministrando cursos de artesanato e de culinária.
Acolhida para quem vem de outras cidades
Com espaço amplo composto por salas, quartos, cozinha, banheiros, refeitório, a AAPECAN também acolhe pacientes que vêm de outras cidades para tratamento médico nos hospitais da cidade. A entidade abrange 95 municípios, sendo 62 da região de Passo Fundo e 32 da região de Erechim. “Nós temos uma casa de apoio que acomoda em torno de 20 pessoas, entre 10 usuários e 10 acompanhantes, a gente sempre pede que venha um acompanhante junto e também são servidas quatro refeições diárias de segunda a sexta para que possam fazer suas refeições tanto o paciente, quanto o acompanhante”, disse.
Apoio que faz diferença
O que para alguns pode parecer pouco, para muitos é uma grande diferença. “Nosso retorno é muito positivo, alguns usuários dizem que a AAPECAN é como uma segunda família, porque na verdade eles largam tudo em casa para poder fazer o tratamento e ficam conosco, mas temos limitação e, além disso, tem algumas pessoas que mesmo debilitadas, fragilizadas preferem vir e voltar no mesmo dia. Acaba que eles vêm para cá descansar, fazer refeição e depois o carro da saúde passa pegar ou a gente leva ao hospital de volta e eles vão para casa”, diz.
A AAPECAN se mantém com a ajuda da comunidade, possuindo um setor de captação, no mês de outubro a AAPECAN promove a campanha “Juntos pela Vida” realizando palestras, pedágios e demais ações visando a manutenção da entidade e divulgação de ações de prevenção ao câncer.
2ª Carreata Rosa
A 2ª edição da Carreata Rosa da AAPECAN ocorre no próximo sábado, dia 7 de outubro, com início às 9h em frente à Sede da entidade, localizada na Rua Padre Valentim, 564, Bairro Lucas Araújo. O trajeto será de aproximadamente 10 quilômetros e duração de 1h, percorrendo as Avenidas Presidente Vargas, Brasil e Sete de Setembro.
No Parque da Gare ocorre o encerramento da carreata, mas inicia uma feira de saúde com a parceria da Prefeitura de Passo Fundo e demais entidades e empresas, onde acontece a disponibilização de informações sobre os serviços, exposições, recreação para as crianças, feira de saúde chamando a atenção para conscientização ao Outubro Rosa.
A AAPECAN está com exposição de fotos de usuários no Passo Fundo Shopping e no Bella Cittá atividade também em alusão ao Outubro Rosa. Mais informações sobre a campanha podem ser obtidas pelo telefone (54) 3317-5700 ou pelas redes sociais aapecan.passofundo no Facebook e Instagram.
