Kozma Medicina Diagnóstica e HSVP realizam tratamento inédito no Rio Grande do Sul.

Por
· 3 min de leitura
Divulgação/ON Divulgação/ON
Divulgação/ON
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

O tratamento com o radiofármaco Octreo-DOTA-177 Lutécio foi a técnica proposta pelos médicos Stephan Pinheiro Macedo de Souza (Médico Nuclear) e Guilherme Gomes (Radiologista Intervencionsita), com apoio dos médicos Mateus Picada (Cirurgião Vascular), Pedro Lourega (Oncologista Clínico) e Rafael Saretta Portugal (Médico nuclear). A cateterização e infusão do radiofármaco foi conduzida pelos médicos radiologistas intervencionistas do Corpo Clínico do HSVP, Guilherme de Araújo Gomes e  Mateus Picada.

A paciente, de 71 anos, está tratando um tumor neuroendócrino no cólon com metástase no fígado. Segundo o Stephan, esse tipo de neoplasia se origina nas células neuroendócrinas e libera hormônios no sangue em resposta a um sinal nervoso. “Esses tumores podem ocorrer em diferentes partes do corpo, como pulmões, pâncreas, trato gastrointestinal e outros órgãos. O tratamento pode variar dependendo do tipo de tumor, do estágio, da localização e de outros fatores individuais do paciente”, detalha o especialista.

O tratamento com o radiofármaco Octreo-DOTA-177 Lutécio faz parte do moderno rol da Medicina Nuclear, considerado um tratamento de precisão a nível molecular e bastante tecnológico. Seu principal uso é para pacientes com tumores Neuroendócrinos metastáticos que não tiveram boas respostas com o tratamento tradicional, como o Octreotide "frio", por exemplo. O octreotide é um medicamento que visa bloquear os receptores tumorais, por ser um análogo da somatostatina, um hormônio produzido por esses tumores. Quando não é suficiente, uma molécula parecida pode ser marcada com um isótopo radioativo, o Lutécio-177 neste caso, e então entregar a radiação diretamente no alvo tumoral.

Geralmente é administrado via endovenosa, porém visando a maior individualização do tratamento para pacientes com metástases predominantemente hepáticas, o radiofármaco pode ser infundido diretamente na circulação do fígado, por cateterização das artérias hepáticas. Neste procedimento é fundamental a presença do radiologista intervencionista, além do médico nuclear para a entrega precisa da dose do radiofármaco no sítio mais adequado de injeção.

Guilherme explica como o procedimento de infusão arterial foi realizado. “Por meio de uma punção na virilha, finos cateteres são avançados por dentro dos vasos até o interior da artéria hepática. O radiofármaco lutécio-177, após infundido, promove a destruição dos tumores no fígado, sem cortes, cicatrizes e com rápida recuperação. O paciente recebe alta no dia seguinte”, explica.

Por ser um procedimento minimamente invasivo e que não necessita de cirurgia para tratar o tumor, a técnica pode ser aplicada para pacientes de diferentes idades. “Desde mais novos até pacientes mais idosos, desde que medidas de precaução sejam tomadas em pacientes com comorbidade, com doenças renais crônicas ou com toxicidades hematológicas relacionadas ao tratamento quimioterápico de longa data”, complementa.

​Guilherme ressalta, ainda, que o procedimento realizado no HSVP foi satisfatório. “Esta técnica representa um grande avanço no tratamento dos tumores neuroendócrinos, já que uma maior dose do radiofármaco é infundida diretamente no tumor, aumentando a eficácia do tratamento e permitindo melhores respostas principalmente para tumores maiores ou multifocais e disseminados no fígado. Acreditamos que poderemos trazer a melhora e até a cura para muitos casos de tumores neuroendócrinos metastáticos com esta nova abordagem”, concluiu o médico.

O médico nuclear da Clínica Kozma, Stephan Pinheiro Macedo de Souza, reforça que o procedimento depende da união da medicina nuclear com a radiologia intervencionista para a entrega do tratamento mais personalizado possível. “Tive a oportunidade de acompanhar o primeiro caso da América Latina anos atrás e agora é um orgulho fazer isso aqui. É como um casamento que representa a mais moderna medicina de precisão. O trabalho conjunto da Clínica Kozma com o HSVP coloca Passo Fundo na vanguarda da medicina internacional”, afirma.

A grande vantagem da via intra-arterial é a maior entrega de dose para a região tumoral. Atualmente existem inclusive estudos que buscam trazer esse tipo de tratamento como uma opção mais precoce na sequência terapêutica, buscando inclusive cura local e possivelmente evitando longos períodos de quimioterapia.



Gostou? Compartilhe