O artigo “Mulheres que migram e gestam: a utilização de uma cartilha multilíngue” foi selecionado para publicação na revista Extraprensa, periódico relacionado à USP e destinado à publicação da produção científica nas áreas da cultura e da comunicação no Brasil e América Latina. De autoria da assistente social Stéfani Clara Campos Teixeira e da e psicóloga e tutora do Programa de Residência Multiprofissional Materno Infantil/Neonatologia no HC, Elsa Zanette Tallamini, a pesquisa analisou a efetividade do uso de uma cartilha multilíngue durante a internação pós-parto de pacientes imigrantes e descreveu a experiência de implementação da cartilha como um importante instrumento para o cuidado e uma forma de acolher e democratizar informações.
Mulheres migrantes
O estudo buscou observar como se deu a trajetória de mulheres migrantes que vivem no Brasil e passam pelo processo gestacional longe do seu país de origem. “Foi possível conhecer fragmentos de suas vivências, bem como os desafios, as dificuldades e as singularidades que perpassam cada uma dessas histórias. As participantes tinham entre 23 e 37 anos, sete residiam em um município de médio porte e duas em um município de pequeno porte. Em relação aos países de origem, duas eram do Senegal, três do Haiti e quatro da Venezuela.” descreveram as autoras do artigo.
Cartilha multilíngue
Para a elaboração da cartilha multilíngue descrita no estudo, foram reunidas as orientações desenvolvidas pelos profissionais das áreas de Enfermagem, Farmácia, Fonoaudiologia, Nutrição e Serviço Social, com o intuito de informar as famílias sobre questões relacionadas à maternidade e ao acesso a direitos sociais após a alta hospitalar. As traduções foram realizadas por colaboradores que dominam os idiomas, entre eles: Nicole Gonçalves Mussi, tradutora para o inglês e espanhol, Celestin Kabasele Kalala, para o francês, e Kinderly Alexandre, para o crioulo haitiano (kreyòl). A ilustração da capa foi desenvolvida por um profissional da área de desenho e o layout foi construído e revisado pela autora, a assistente social Stéfani Clara Campos Teixeira.
Comunicação e informação
“Deu-se visibilidade às lacunas e as mulheres puderam se reconhecer como sujeitos, e, em grande medida, contribuir para a construção da saúde na perspectiva das ações socioeducativas em saúde. Nesse sentido, os resultados que foram obtidos revelam a importância de potencializar o acesso ao direito à comunicação e informação, sendo imprescindível pensarmos e criarmos estratégias que facilitem o diálogo de forma a transformar esses sujeitos em protagonistas e construir, de maneira coletiva, intervenções e planejamentos.” concluíram as autoras.