ONCOLOGIA: Dia Internacional do Câncer na Infância: fique atento aos sinais!

Estudante enfrentou uma luta contra um Linfoma de Hodgkin aos 15 anos de idade

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Foto: Liliane Ferenci – HSVPFoto: Liliane Ferenci – HSVP
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A infância e a adolescência são fases de muitas descobertas e transformações. Para milhares de crianças e adolescentes, este período da vida será marcado por outro motivo: a batalha contra o câncer. Segundo o Instituto Nacional de Câncer - INCA, cerca de 8,5 mil novos casos são diagnosticados a cada ano no Brasil, na faixa etária entre 0 a 19 anos de idade. A estudante Elisa Tolomini, atualmente com 17 anos, é uma das pessoas que entrou nesta estatística e travou uma luta contra a doença. Moradora de Santa Rosa, no noroeste do Rio Grande do Sul, a jovem guerreira do Centro Oncológico Infantojuvenil do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, viveu momentos de muitas incertezas, mas nunca perdeu a esperança.

 

Linfoma de Hodgkin

Tudo começou em novembro de 2021, quando ela tinha 15 anos de idade. Uma dor no pescoço acompanhada de alguns nódulos acendeu um alerta nos seus pais, que agendaram uma consulta médica. Menos de um mês entre a ida a um especialista e a realização de exames veio o diagnóstico: Linfoma de Hodgkin, uma doença que se origina no sistema linfático. “Foi difícil receber a notícia do diagnóstico, mas depois, com todo apoio que recebi, consegui enfrentar este momento de uma forma mais tranquila. Ter acesso a informações para saber que aquilo que estava acontecendo comigo iria passar também me ajudou muito”, conta Elisa. A jovem iniciou o tratamento com quimioterapia em Santa Rosa, mas depois foi encaminhada para Passo Fundo.


São Vicente

No HSVP, ela foi submetida a um novo tratamento quimioterápico e a imunoterapia, mas ambos não alcançaram o resultado esperado, pois a doença apresentava resistência a essas medicações. Segundo o médico coordenador do Centro Oncológico Infantojuvenil, Dr. Pablo Santiago, o câncer é uma doença com capacidades próprias, dentre elas, alguns mecanismos que podem garantir resistência aos quimioterápicos. Mesmo após o fracasso das primeiras tentativas terapêuticas, uma nova modalidade de imunoterapia foi proposta, desta vez com um medicamento mais moderno. “Para grande felicidade de todos, o novo tratamento obteve êxito, conseguindo negativar a doença. Com isso, ela pode realizar o transplante de medula autólogo, ou seja, aquele que não necessita de um doador. Finalmente, para concluir as medidas curativas à doença, seguiu com o tratamento por radioterapia. Atualmente, a Elisa é acompanhada em consultas regulares e está plenamente recuperada, sem evidência de atividade do linfoma e estamos confiantes de termos alcançado a situação de cura”, afirma Dr. Pablo.


Dia Internacional do Câncer na Infância


São histórias como a de Elisa que o Dia Internacional do Câncer na Infância, lembrado em 15 de fevereiro, busca contar à população. A data reforça a importância de estar atento aos sinais de alerta, de realizar o diagnóstico precoce de doenças que acometem crianças e adolescentes e frisar que o câncer tem cura. “Pela experiência que vivenciei sei o quanto é importante observar os sinais que o nosso corpo dá. Ninguém está preparado para receber o diagnóstico de câncer, mas quando isso acontece temos que encarar e nunca perder a esperança”, ressalta Elisa.

Conforme o Dr. Pablo, são mais frequentes em crianças e adolescentes tumores no sistema nervoso central, tumores ósseos, leucemias e linfomas. Os sintomas podem ser confundidos com doenças comuns da infância, por isso os pais devem estar atentos e procurar orientação médica ao notarem qualquer alteração em seus filhos. As chances de cura, segundo o especialista, podem alcançar até 80% quando a doença é diagnosticada precocemente. “O Dia Internacional do Câncer na Infância também quer chamar a atenção para a importância dos centros de tratamento de excelência. Para que se consiga o resultado da cura, que é o objetivo maior, é preciso uma estrutura hospitalar bem equipada e de uma equipe multiprofissional preparada. Isso é fundamental”, reforça Dr. Pablo.


O Centro Oncológico Infantojuvenil

Referência para uma população superior a 2 milhões de habitantes, de 226 municípios das regiões norte e missioneira, o Centro Oncológico Infantojuvenil do HSVP oferece um suporte completo e humanizado aos pacientes e suas famílias. Nele, crianças e adolescentes são atendidos por uma equipe multiprofissional especializada em oncologia pediátrica.

A comunidade pode contribuir de diferentes formas com o trabalho do Centro Oncológico, seja com recursos financeiros, doação de materiais escolares, entre outros. O contato para mais informações pode ser feito diretamente pelo (54) 2103-4132, com o Núcleo de Cuidados Integrativos.

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