O Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde) confirmou ontem (5) mais três mortes por dengue no Rio Grande do Sul, totalizando 14 óbitos em consequência da doença em 2024. Segundo a o CVES, uma das vítimas é uma mulher, de 67 anos, residente em Cerro Largo. Ela tinha doenças pré-existentes. As outras mortes são de uma mulher, de 26 anos, residente em Frederico Westphalen, e um homem, de 72 anos, residente em Giruá. Os dois não tinham comorbidades. As mortes ocorreram entre 22 de fevereiro e primeiro de março.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Cristiane Pilati, Passo Fundo vem adotando as medidas necessárias para conter a infestação na cidade, contudo, é fundamental a participação da população no sentido de eliminar locais para possível criadouro do mosquito. “Nós, enquanto Secretaria Municipal de Saúde, reforçamos o cuidado domiciliar dos pátios e domicílios, para evitar os focos da dengue, que assim nós vamos controlar a doença. Mantemos o cuidado com os agentes de endemia passando nas casas, solicitamos que a população receba os agentes para auxiliar nesse cuidado, estamos realizando a campanha desde o dia 2 de janeiro na rua com o carro de som, também realizamos a distribuição de panfletos para orientação a população”, disse.
Segundo Cristiane, a secretaria também realizou treinamento, articulando a atuação de toda a rede para atendimento dos pacientes. “De passo-fundenses não temos nenhum óbito, temos 78 casos confirmados e 51 adquiridos dentro do município”, informou.
Com um número maior de casos da doença, a população fica preocupada também com a situação dos hospitais, caso sejam necessários atendimentos especializados. Mas segundo a secretária, em Passo Fundo nesta terça-feira (05), havia apenas um adulto internado na UTI devido a dengue, outras 4 crianças suspeitas e 1 adulto suspeito em leito clínico.
Conforme a médica Josiane Diehl Moia, responsável técnica da Emergência do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), o hospital está preparado para o atendimento de pacientes. “A gente não quer comparar com o Covid, mas já passamos por situações parecidas, então começa nos preocupar essa demanda. O hospital vem se preparando com os nossos leitos na emergência, mas principalmente, com a capacitação das equipes que nesse momento precisa é que os profissionais da saúde, sejam eles médicos ou ou de outras funções, estejam capacitados para reconhecer os sintomas e a gravidade da dengue e poder atuar de forma precoce”, pontuou.
Conforme Josiane, a preocupação maior é com crianças e idosos com comorbidades porque se contraírem a dengue podem ter complicações maiores.
Fique atento aos sintomas
Segundo a secretária de Saúde, os casos mais leves ou que apresentam os primeiros sintomas, que são febres, diarreia e dor no corpo, a orientação é que os pacientes procurem as unidades básicas de saúde, sendo que o Hospital Dr. César Santos também é referência para o atendimento. “Caso necessite de um atendimento maior, o paciente poderá ser transferido nós atendemos na emergência com as nossas equipes capacitadas e passaram por treinamento recentes sobre isso e se precisar temos também os leitos de UTI”, disse.
A secretária destaca ainda que as pessoas não busquem se automedicar, pois podem agravar os sintomas dependendo da medicação utilizada. “Na presença dos sintomas específicos, buscar atendimento nas suas unidades de saúde ou no Hospital Municipal, precisamos que as pessoas fiquem alertas principalmente a febre muito elevada, dor de cabeça e dor no corpo são sintomas mais específicos da dengue”, finalizou.
Governo do Estado libera recursos para combate a dengue
O governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (SES), pagará até 15 de março os recursos do repasse extraordinário de R$ 13,8 milhões que será destinado a todos os municípios gaúchos para implementarem e reforçarem as ações de vigilância e assistência no combate à dengue e a outras arboviroses (chikungunya e zika).
Os recursos vão permitir aos municípios reforçarem o atendimento aos pacientes com sintomas de arboviroses com a aquisição de sais de reidratação oral, realização de coletas de hemograma nas unidades básicas de saúde, atendimento em horários estendidos ou alternativos e pagamento a profissionais, entre outras medidas. As prefeituras terão 180 dias para realizar as despesas.
Cada município foi classificado de acordo com a sua população. Serão destinados R$ 75 mil para cidades com mais de 200 mil habitantes (12 municípios), R$ 50 mil para cidades que têm entre 50 e 200 mil habitantes (32 municípios) e R$ 25 mil para aquelas com menos de 50 mil habitantes (453 municípios).
Números da Dengue Passo Fundo até esta terça-feira (05/03)
Notificações: 539
Descartados: 266
Em investigação: 195
Confirmados: 78
Casos Autóctones: 51
Óbitos: 0
Internações: 1 adulto confirmado em UTI, 4 crianças suspeitas e 1 adulto suspeito em leito clínico
Números do RS de acordo com o Painel da Dengue até (04/03)
Confirmados: 11.267
Óbitos:14 óbitos
Em investigação: 7.993
Municípios: Dos 497 municípios, 466 registram a presença da doença.