Os dois principais hospitais de Passo Fundo temem um prejuízo de R$ 12 milhões por ano com os atendimentos prestados a segurados do IPE Saúde, plano que atende servidores públicos e seus dependentes. Os números são da Federação RS - Santas Casas e Hospitais sem Fins Lucrativos e da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul). As duas instituições representam hospitais de alta complexidade de todo o Estado.
As novas tabelas de remuneração propostas pelo Governo do Estado dizem respeito ao ressarcimento sobre medicamentos, diárias e taxas para as instituições que atendem pelo IPE. No entanto, para os 13 hospitais credenciados que atuam com alta complexidade, a medida representaria de 7% a 41% de prejuízo ao ano.
No Hospital de Clínicas de Passo Fundo, que realiza mais de 24 mil atendimentos por ano pelo IPE, o prejuízo com as novas regras será de R$ 9,4 milhões por ano. Já no Hospital São Vicente de Paula, que realiza mais de 53 mil atendimentos no ano, o prejuízo estimado e de R$ 2,6 milhões.
“Quando somamos as perdas de todo o grupo de hospitais, assusta ainda mais. São R$ 154 milhões de prejuízos com tabelas que foram construídas pelo IPE sem ouvir as instituições que prestam atendimentos lá na ponta, salvando vidas”, pontua Luciney Bohrer, presidente da Federação RS e administrador do Hospital de Clínicas de Passo Fundo.
Liminar suspendeu os efeitos das portarias do IPE
Na segunda-feira, a juíza Marilei Lacerda Menna, da 7ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central de Porto Alegre, concedeu liminar suspendendo as novas tabelas de remuneração do IPE para os 13 hospitais de referência. Na decisão, a juíza reconheceu a "demonstração do desequilíbrio econômico-financeiro diante da conduta unilateral do IPE Saúde", o que indica um "excesso de poder regulamentar exercido pela Administração Pública".
"O pedido de liminar foi nosso último recurso, buscando uma mediação do Judiciário para construirmos um diálogo com o IPE Saúde e o Governo do Estado sobre o tema, pelo qual temos trabalhado há muito tempo", reforça Luciney Bohrer.
Tema também foi tratado durante o Tá na Mesa, da Federasul
A situação dos hospitais também foi tratada nesta quarta-feira, durante o evento Tá na Mesa, na sede da Federasul, em Porto Alegre. Além de Luciney, participaram o diretor-geral da Santa Casa de Porto Alegre, Julio de Matos, o diretor administrativo-financeiro do Hospital São Lucas da PUCRS, Rogério Pontes Andrade, e o presidente do Hospital de Clínicas de Carazinho, Jocélio Cunha.
O prejuízo dos hospitais de Passo Fundo
Hospital São Vicente de Paula
R$ 2,6 milhões de prejuízo anual com as novas regras
Mais de 53 mil atendimentos pelo IPE por ano
Hospital de Clínicas de Passo Fundo
R$ 9,4 milhões de prejuízo anual com as novas regras