Incidência e mortalidade por câncer é crescente no Brasil

Envelhecimento da população, acesso ao diagnóstico e tratamento e falta de hábitos de vida saudáveis contribuem para este cenário

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No mundo, estima-se 20 milhões de novos casos de câncer, ou seja, cerca de 1 em cada 5 pessoas desenvolverá câncer durante a vida. A estimativa é da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer da Organização Mundial da Saúde. No Brasil a realidade também é crescente. Para o triênio 2023-2025, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 704 mil novos casos por ano, 80 mil a mais que o triênio anterior (2020-2022). As mortes também aumentam ano a ano. Se em 2013, eram registrados 196 mil óbitos pela doença no Brasil, em 2022, esse número passou para 244 mil mortes, um aumento de quase 25% em 10 anos. Neste sentido, o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, que ocorreu na segunda-feira, 08 de abril, alerta para este crescimento e enfatiza a necessidade de ações efetivas para combater esta doença, que deve se tornar a primeira causa de morte em pouco tempo, ultrapassando as doenças cardiovasculares.

 

Tumores mais incidentes

Sem considerar o câncer de pele não-melanoma, o câncer de mama, de próstata, de cólon e reto, de pulmão e de estômago são os tumores malignos mais incidentes no Brasil. No Rio Grande do Sul, são mais de 50 mil casos anuais e quase 20 mil mortes por ano. Já na macrorregião Norte do RS, com quase 150 municípios, mais de 2 mil pessoas morrem em decorrência da doença. Em Passo Fundo, maior cidade da região Norte gaúcho, são registradas cerca de 320 mortes por ano. “O envelhecimento da população, fatores hereditários, fatores ambientais como poluição do ar, da água, agrotóxicos e hábitos de vida como tabaco, alimentos multiprocessados, sedentarismo e obesidade aumentam a incidência de vários cânceres”, salienta o oncologista do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alvaro Machado.

 

Diagnóstico e tratamento

Além disso, o acesso ao diagnóstico precoce e tratamento adequado ainda é uma dificuldade para boa parte da população e fundamental para reduzir a mortalidade pela doença. “Diagnóstico precoce inclui políticas de rastreamento, exames e acesso a especialistas. Além disso, é preciso tratamentos adequados com acesso a tecnologias de alto custo, bem como políticas públicas para incentivar hábitos de vida saudáveis ligados à alimentação e exercícios físicos, bem como restrições aos fatores nocivos à saúde”, observa o Dr. Lieverson Guerra, oncologista do CTCAN.

 

Os casos de câncer em pessoas jovens aumentam


Uma pesquisa publicada na revista científica BMJ Oncology, divulgada pela Agência Brasil recentemente, aponta que os casos de câncer em pessoas com menos de 50 anos cresceram 79% nos últimos 30 anos. O estudo mostra que o número de novos casos de câncer em pessoas jovens pode aumentar em 31% e as mortes 21% até 2030.

 

Exames periódicos

Para enfrentar esta realidade, o também oncologista do CTCAN, Dr. Alex Seidel, enfatiza a importância da realização de exames periódicos para os cânceres mais incidentes. “Para as mulheres, mamografia a partir dos 40 anos e exame Papanicolau, por exemplo, são muito importantes. Já os homens, a partir dos 50 anos, devem procurar o urologista para avaliação da próstata. Colonoscopia é outro exame importante para ambos os sexos para prevenção do câncer de intestino. Não podemos esquecer também que vacinas contra o Papilomavírus Humano (HPV) e contra a Hepatite B previnem câncer”, salienta Seidel.

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